Presidente visita Oceanário e destaca o convívio entre os diferentes

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (C), durante a visita ao Oceanário de Lisboa, em Lisboa, 21 de maio de 2020. NUNO FOX/LUSA
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa (C), durante a visita ao Oceanário de Lisboa, em Lisboa, 21 de maio de 2020. NUNO FOX/LUSA

Da Redação
Com Lusa

O Presidente português fez uma visita ao Oceanário de Lisboa que durou cerca de duas horas e meia, e se mostrou curioso com o convívio entre espécies de oceanos diferentes, ouviu explicações sobre os equilíbrios e hierarquias nos aquários.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a harmonia entre espécies no Oceanário de Lisboa “é um bom retrato” da realidade política portuguesa atual, com “unidade no diálogo e unidade tendencialmente na ação” face à covid-19.

Sem querer comentar diretamente a opinião do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, de que a sua personalidade e a do primeiro-ministro, António Costa, “combinam harmoniosamente”, o chefe de Estado preferiu falar em termos mais gerais, numa “unidade” em que incluiu também o presidente do PSD, Rui Rio, e a restante oposição.

“Eu acho que o Oceanário é um bom retrato daquilo que tem sido o enfrentar da pandemia nos últimos meses: a harmonia entre Presidente da República, presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, Governo, líder da oposição, partidos da oposição, em sessões epidemiológicas, no debate franco e na aprendizagem de um caminho comum”, declarou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “tem havido ao longo dos meses essa harmonia e essa unidade, unidade no diálogo e unidade tendencialmente na ação”, e isso é algo “que os portugueses respeitam e louvam, porque obviamente para vencer a pandemia é muito importante esta unidade”.

“Só assim foi possível pôr de pé o estado de emergência pela primeira vez na democracia portuguesa, renová-lo por duas vezes e continuar agora, numa diversa situação jurídica, o combate a uma pandemia que não desapareceu, que continua presente na vida de todos nós e que nós queremos que seja controlada ao mesmo tempo que abrimos a economia e a sociedade”, defendeu.

Ministro Santos Silva

Também nesta quinta-feira, o ministro Augusto Santos Silva considerou que as personalidades do Presidente da República e do primeiro-ministro se “combinam harmoniosamente” e que o país ganharia se essa articulação continuasse “nos próximos tempos”.

“As personalidades do atual Presidente da República e do atual primeiro-ministro combinam-se harmoniosamente e a coordenação e respeito institucional correu otimamente bem. E acho que o país ganhou com isso e nos próximos tempos precisa que essa articulação harmoniosa entre a Presidência da República, o Parlamento e o Governo continue”, defendeu Santos Silva numa entrevista ao podcast do PS “Política com Palavra”.

Augusto Santos Silva aproveitou para refutar as críticas de dirigentes socialistas como Ana Gomes, Francisco Assis ou Manuel Alegre ao apoio de Costa à recandidatura de Marcelo sem discussão no congresso socialista, que deveria ocorrer este mês de maio, mas foi adiado sem data devido a pandemia da covid-19.

“O PS, a seu tempo, apoiará um candidato ou decidirá não apoiar um candidato – já fez as duas coisas -, mas, fiel à tradição do PS, fá-lo-á depois de ser claro quais são as candidaturas”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Depois de lembrar que “as candidaturas a Presidente da República são cívicas e não partidárias”, Augusto Santos Silva apontou “três critérios essenciais” que deverão ser observados antes de o PS decidir sobre o próximo “inquilino” do Palácio de Belém.

Em primeiro lugar, “fazer uma avaliação do que aconteceu até agora”, medir os prós e contras do mandato de Marcelo. Em segundo, “como os segundos mandatos têm sempre uma dinâmica muito diferente do que o primeiro”, tentar antecipar qual será a ação do atual Presidente nos próximos cinco anos, ou seja, “qual a leitura que fazem do segundo mandato”.

Em terceiro e último lugar, como vai haver vários candidatos à esquerda e à direita do espetro político, é necessário avaliar se a candidatura a apoiar pelos socialistas é “suficientemente forte e abrangente” para “travar as dinâmicas populistas que também vão acontecer” nas próximas presidenciais.

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