Presidente sai do hospital e deixa decisão sobre recandidatura para outubro de 2020

Da Redação
Com Lusa

O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou nesta quinta-feira, após ter alta hospitalar, que o estado da sua saúde “é um fator positivo na ponderação” sobre uma recandidatura, mas remeteu essa decisão para outubro de 2020.

“Tendo corrido bem esta cirurgia, e sendo a evolução seguinte positiva, isso é um fator positivo na ponderação que eu irei fazer daqui por um ano. Essa ponderação será, em qualquer caso, feita em outubro do ano que vem, não agora”, afirmou o chefe de Estado à comunicação social, à saída do Hospital de Santa Cruz, em Oeiras.

“É evidente que não escondo que é bom, mas é sobretudo bom para a minha saúde e para o desempenho deste mandato, realmente sentir-me melhor do que me sentia”, acrescentou, deixando elogios ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao Hospital de Santa Cruz e a toda a equipa que lhe permitiu ter alta “em tempo recorde”.

Marcelo Rebelo de Sousa declarou sentir-se “verdadeiramente melhor” do que quando deu entrada nesta unidade hospitalar do distrito de Lisboa, na quarta-feira, para fazer um cateterismo cardíaco que, segundo o comunicado da equipa médica, confirmou “a existência de obstruções coronárias importantes que foram tratadas no mesmo procedimento, com sucesso e sem complicações”.

O Presidente da República adiantou que deverá retomar “uma agenda normal” a partir de domingo ou segunda-feira e que está “com tanta energia” que terá uma série de iniciativas e compromissos de seguida.

“Para a semana teremos a Web Summit, terei de me lançar outra vez a uma tarefa que está agora com a chegada do inverno ainda mais premente, que é a dos sem-abrigo, e logo a seguir terei uma visita de Estado a Itália e logo a seguir uma ida a Paris a convite da Academia Francesa”, mencionou, observando: “Para quinze dias, não é mau”.

Quanto a uma recandidatura, Marcelo Rebelo de Sousa disse, quando completou o primeiro ano de mandato, em 09 de março de 2017, que iria pesar os vários fatores para a sua decisão no verão de 2020, prazo que desde então repetiu inúmeras ocasiões.

No mês passado, questionado sobre esse assunto, respondeu aos jornalistas que “antes do final de setembro ou outubro do ano que vem haverá novidades”, e hoje deixou claro que “essa ponderação será, em qualquer caso, feita em outubro do ano que vem”, já depois do verão.

Nas declarações que fez hoje à saída do hospital, perto das 12:00, o Presidente da República referiu que a intervenção que fez na quarta-feira foi “uma das relativamente mais simples” entre as hipóteses que tinha colocado “e correu muitíssimo bem”.

De seguida, elogiou “a competência do SNS, do Hospital de Santa Cruz” e agradeceu à equipa médica e à equipa de enfermagem, considerando que “toda a equipa foi de uma eficiência extraordinária”.

Marcelo Rebelo de Sousa defende que os políticos em funções de responsabilidade como a chefia do Estado não devem omitir eventuais problemas de saúde, têm o dever de os tornar públicos.

Durante o seu mandato presidencial, foi já submetido a uma cirurgia: no dia 28 de dezembro 2017, foi operado de urgência a uma hérnia umbilical estrangulada, no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, onde ficou internado até ao final do ano, o que o obrigou a cancelar vários pontos de agenda e a abrandar o ritmo nas semanas seguintes.

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