Presidente quer valorizar talento e criar condições para atrair quem quer retornar a Portugal

Da Redação
Com Lusa

Aníbal Cavaco Silva, discursa durante a abertura da IV Conferência Internacional "Portugal e os Jovens - Novos Rumos, Outra Esperança", a decorrer na Fundação Champalimaud em Lisboa, 15 de maio de 2015. MIGUEL A. LOPES/LUSA
Aníbal Cavaco Silva. MIGUEL A. LOPES/LUSA

O Presidente da República, Cavaco Silva, considerou que se deve valorizar o potencial do talento produzido em Portugal, defendendo que sejam criadas condições de atração quer para aqueles que querem ficar no país quer para os que querem regressar.

No discurso da sessão de encerramento do 12º Encontro Nacional de Inovação COTEC – a última das 45 iniciativas da associação em que participou ao longo dos dois mandatos enquanto Presidente da República – Cavaco Silva afirmou que existe “em Portugal uma insuficiente valorização quer do talento e do potencial de desenvolvimento individual, quer do contributo que este potencial humano pode representar para as organizações empresariais”.

“Devemos valorizar o potencial do talento produzido em Portugal e criar condições para atrair e manter aqueles que, de outro modo, procurarão em diferentes paragens a sua realização profissional. Temos, pois, de criar condições de atração para todos, para os que desejam ficar e para os que, estando no estrangeiro, aspiram a regressar a Portugal”, defendeu.

A gestão do talento é, de acordo com Cavaco Silva, “uma exigência dirigida às lideranças das empresas e das organizações e uma questão determinante para o nosso futuro coletivo”.

“Os líderes empresariais terão de protagonizar uma ação esclarecida e motivadora, capaz de detetar o talento, e de captar, desenvolver e realizar todo o potencial que a sociedade do conhecimento encerra”, enfatizou, uma vez que esta é uma “dimensão ambiciosa” que, na sua opinião, a COTEC saberá interpretar.

Na opinião do chefe de Estado, “para crescer, criar raízes e ocupar o seu espaço na sociedade, uma empresa terá que ter não apenas investimento tecnológico mas também uma correspondente consolidação das relações de trabalho com todos aqueles cujo esforço contribui para os seus bons resultados”.

“Como sabemos, nem sempre os indicadores mais comuns permitem uma correta avaliação do potencial de uma empresa”, advertiu, dando o exemplo das patentes e a despesa em I&D.

Para Cavaco Silva, da mesma forma que a COTEC faz na rede PME Inovação, é preciso colocar às empresas e gestores perguntas como: “Quantos trabalhadores do conhecimento integram? Quanto investem na sua formação? Que perspetivas de desenvolvimento profissional se oferecem a partir da expectativa de sucesso da empresa?”.

Na opinião do chefe de Estado, “ao longo destes anos, a COTEC contribuiu, de forma notável, para consolidar a ideia de que a cultura de inovação é um verdadeiro desígnio nacional, um propósito intergeracional que deve ser partilhado por todos”, recordando que a inovação foi “a chave para que muitas empresas conseguissem resistir e fortalecer-se em tempos de grande exigência”.

Apesar de esta ser “provavelmente” a última iniciativa da associação na qual participa enquanto Presidente da República, o chefe de Estado garante que vai continuar a seguir, “com grande interesse, a trajetória projetada para o futuro com que hoje a COTEC se comprometeu e que representará mais um contributo fundamental para o desenvolvimento e a criação de riqueza em Portugal”.

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