Da redação com Lusa
O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, prevê deslocar-se ao Brasil no final deste mês para a reabertura do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, reconstruído após o incêndio de 2015.
Em carta enviada à Assembleia da República na semana passada, o chefe de Estado pede o assentimento para esta deslocação, referindo que está prevista para entre os dias 29 de julho e 03 de agosto, para estar presente na cerimônia de reinauguração deste museu.
Esta será a quinta ida de Marcelo Rebelo de Sousa enquanto Presidente da República ao Brasil, onde esteve logo no seu primeiro ano de mandato, 2016, para a abertura dos Jogos Olímpicos, ocasião em que também foi a São Paulo e fez uma curta visita ao edifício do Museu da Língua Portuguesa, afirmando o empenho do Estado português na sua reconstrução.
Encerrado desde o incêndio de dezembro 2015, que destruiu dois terços da estrutura do edifício e provocou a morte de um bombeiro, o museu vai reabrir ao público em 31 de julho, anunciaram as autoridades do estado de São Paulo no início deste mês.
Instalado na centenária Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa, inaugurado em 2006, foi um dos primeiros a homenagear a língua portuguesa no mundo, com experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos.
Depois do incêndio de 2015, foi reconstruído com o patrocínio de instituições privadas como a EDP e a Fundação Roberto Marinho, com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e esforços combinados dos governos de Portugal e do estado de São Paulo.
Marcelo Rebelo de Sousa, que assumiu a chefia do Estado português em março de 2016, visitou o Brasil no início de agosto desse ano, para a abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, deslocando-se também a São Paulo e ao Recife.
Passados cerca de três meses, regressou ao Brasil, para a Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que se realizou em Brasília entre 31 de outubro e 01 de novembro.
Em 2017, o Presidente da República esteve novamente no Rio de Janeiro e em São Paulo, para as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, entre 10 e 12 de junho.
Nessa altura, esteve presente, juntamente com o primeiro-ministro, António Costa, na assinatura de um acordo entre o Governo de Portugal, a Fundação Roberto Marinho e o estado de São Paulo para a recuperação do Museu da Língua Portuguesa.
O acordo assinado no Consulado Geral de Portugal em 11 de junho de 2017 previa apoio técnico para a recuperação, divulgação, intercâmbio de informações e a possibilidade de agendas e exposições conjuntas para a promoção da língua portuguesa.
No dia 01 de janeiro de 2018, Marcelo Rebelo de Sousa representou Portugal na posse de Jair Bolsonaro como Presidente da República Federativa do Brasil, que o recebeu no dia seguinte no Palácio do Planalto, em Brasília.
O assentimento da Assembleia da República às deslocações do chefe de Estado é uma formalidade imposta pela Constituição, que estabelece que o Presidente da República não pode ausentar-se do território português sem autorização do parlamento.
Fernando Pessoa passando por aqui para dizer que ESTAMOS VOLTANDO!
Em breve, divulgaremos mais informações sobre reserva e venda de ingressos.
Aguarde!#31JulhoMLP pic.twitter.com/o4qfICQgMI
— Museu da Língua Portuguesa (@MuseudaLingua) July 9, 2021
Para a reinauguração do museu no dia 31 de julho, os ingressos ainda não estão sendo vendidos, mas em breve o museu divulga informações pelas redes sociais, com antecedência.
Entre as novidades para a reabertura é a sessão “Nós da Língua”, uma instalação na parede – que contou com a participação do moçambicanos Mia Couto – que mostra por vídeos e outros materiais o idioma em outros países lusófonos.
O Museu vai trazer em sua reabertura a mostra temporária Língua Solta, composta por uma série de objetos artísticos dos campos da arte popular e contemporânea, que ancoram seus significados no uso das palavras e relacionam a língua portuguesa a obras de arte.
Na exposição, os visitantes encontrarão desde obras de arte de nomes da cultura brasileira até objetos que podem ser definidos como de arte vernacular, espontânea feita pelo povo sem pretensão de ser arte, como quadros, esculturas, instalações e objetos referentes de alguma maneira à língua portuguesa.
“São novas vivências, novas experiências, novos conteúdos. Temos uma interação da área do museu com a estação da Luz, ou seja, as pessoas não precisarão mais da estação para entrar no museu. Há um espaço novo muito interessante que é um mirante aos pés da torre do relógio com uma vista belíssima tanto do centro velho de São Paulo quanto do Parque da Luz, onde teremos atividades culturais e um café. Será uma experiência totalmente nova”, explicou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão.