Da Redação com Lusa
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, “está bem disposto, a falar normalmente”, depois de ter tido uma indisposição no fim de uma iniciativa em Almada, disse o chefe da sua Casa Civil.
De acordo com Fernando Frutuoso de Melo, que falava aos jornalistas à entrada do Hospital de Santa Cruz, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa “chegou a desmaiar, mas recuperou rapidamente”.
“Está conscientíssimo, aliás, posso-lhe dizer que me ligou do telemóvel da ambulância, portanto, está perfeitamente”, referiu o chefe da Casa Civil do Presidente da República.
“Nem queria que anulássemos a agenda da tarde”, acrescentou.
Segundo Frutuoso de Melo, a situação “parece um simples desmaio, mas obviamente os médicos vão fazer os exames todos que acham necessários” e depois “em função disso os médicos decidirão” o que deve ser feito.
A indisposição de Marcelo Rebelo de Sousa aconteceu no fim de uma visita à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, no concelho de Almada, que não constava da sua agenda enviada à comunicação social.
Nesta visita, estava acompanhado pela ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato.
“O Presidente fez uma visita a um laboratório na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e à saída depois da visita estava a falar com um grupo de investigadores quando se sentiu mal”, relatou o chefe da sua Casa Civil.
Cerca das 15:45, a assessoria de comunicação da Presidência da República informou que “o Presidente da República teve uma indisposição após uma visita na Faculdade de Ciências da Universidade Nova de Lisboa, e foi ao Hospital de Santa Cruz por precaução”.
Pelas 17:05, Marcelo Rebelo de Sousa ainda se encontrava no hospital.
Para hoje, às 17:00, o chefe de Estado tinha prevista uma iniciativa com alunos no Jardim Botânico Tropical, em Lisboa.
Interrogado sobre o que poderá ter causado este desmaio, Frutuoso de Melo apontou: “Provavelmente por calor, a agenda pesada e provavelmente não tinha almoçado”.
Quanto à opção pelo Hospital de Santa Cruz, o chefe da Casa Civil do Presidente da República respondeu: “Imediatamente o nosso médico foi informado e achou que o melhor era vir para aqui, que é onde tinha sido seguido e onde está o seu ficheiro médico mais recente”.
Também o primeiro-ministro, António Costa, disse hoje que esteve ao telefone com o Presidente, que se mostrou otimista, bem-disposto e com sentido de humor, mas ainda no hospital.
“Felizmente, a boa notícia, é que liguei agora para o chefe da Casa Civil e quem me atendeu foi o próprio Presidente da República. Está bem-disposto, mas ainda está no hospital”, declarou António Costa, em declarações aos jornalistas, em Viseu.
Atualmente com 74 anos, o Presidente da República foi operado de urgência a uma hérnia umbilical, no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, no seu primeiro mandato, em 28 de dezembro de 2017, o que o obrigou a cancelar a sua agenda até 01 de janeiro.
Em 23 de junho de 2018, Marcelo Rebelo de Sousa sentiu-se mal à saída da Basílica do Bom Jesus, em Braga, e foi amparado por elementos do seu gabinete. O chefe de Estado foi observado no Hospital de Braga, onde lhe foi diagnosticada uma gastroenterite aguda, informou na altura a Presidência da República.
Ainda no primeiro mandato, em 30 de outubro de 2019, deu entrada no Hospital de Santa Cruz, em Oeiras, para ser submetido a um cateterismo cardíaco, desta vez de forma programada, tendo tido alta hospitalar no dia seguinte. Segundo a equipa médica, o cateterismo confirmou “a existência de obstruções coronárias importantes que foram tratadas no mesmo procedimento, com sucesso e sem complicações”.
À saída do hospital, Marcelo Rebelo de Sousa declarou aos jornalistas que o estado da sua saúde constituía então “um fator positivo na ponderação” sobre uma recandidatura nas presidenciais de janeiro de 2021, em que foi reeleito.
Já no segundo mandato, em 05 de novembro de 2021, a Presidência da República informou que Marcelo Rebelo de Sousa tinha feito exames médicos “do foro cardiológico” que “confirmaram a estabilidade e os bons resultados da angioplastia coronária feita há dois anos”.
Em 15 de dezembro de 2021, foi operado, com sucesso, a duas hérnias inguinais no Hospital das Forças Armadas, em Lisboa.