Da Redação
Com Lusa
O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse ter assistido em direto à votação do pedido de destituição de Dilma Rousseff do cargo de Presidente do Brasil, mas escusou-se a comentar o processo.
Durante uma visita à Escola José Gomes Ferreira, em Lisboa, os jornalistas perguntaram ao Presidente da República Portuguesa se tinha assistido em direto à votação que decorreu no domingo à noite na Câmara dos Deputados do Brasil, quando já era madrugada em Portugal.
“Assisti”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa. Questionado sobre o processo de destituição de Dilma Rousseff, o chefe de Estado português não quis fazer qualquer comentário: “Não comento. Trata-se de um Presidente da República de um Estado irmão de Portugal”.
A Câmara dos Deputados do Brasil aprovou no domingo à noite o pedido de afastamento de Dilma Rousseff do cargo de Presidente por 367 votos a favor e 137 contra.
Também houve sete abstenções e duas ausências, numa sessão em que eram necessários os votos de pelo menos 342 deputados para aprovar a abertura do processo de destituição de Dilma Rousseff, que segue agora para o Senado.
Se a impugnação passar no Senado, onde terá de ser aprovada por maioria simples, o vice-presidente brasileiro, Michel Temer, assumirá temporariamente a presidência até ao encerramento do processo, que não pode demorar mais do que 180 dias.
Nessa altura, decorrerão os interrogatórios, a apresentação de provas e a defesa de Dilma Rousseff para validar ou não a denúncia.
Depois, a votação final ditará se Dilma Rousseff volta ao cargo ou se será condenada, ficando impedida de exercer qualquer função pública por oito anos.
A possibilidade de impugnação do mandato de Dilma Rousseff surgiu na sequência da revelação das chamadas “pedaladas fiscais”, atos ilegais resultantes da autorização de adiantamentos de verbas de bancos para os cofres do Governo para melhorar o resultado das contas públicas.