Da Redação
Com Lusa
O presidente português Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que o equilíbrio de forças entre esquerda e direita após as eleições legislativas possa influenciar o seu papel como Presidente da República e a sua decisão sobre uma recandidatura.
À saída da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa, após ter feito uma intervenção em que se manifestou preocupado com os resultados dos partidos à direita nas eleições europeias, o chefe de Estado defendeu que “é muito importante haver um equilíbrio nos dois hemisférios da vida política portuguesa, para não haver um desequilíbrio muito para um lado, relativamente a outro”.
“Agora, só o resultado das legislativas é que permitirá dizer qual é o equilíbrio a que se chegará em outubro e, depois, qual é o papel que o Presidente terá até ao fim do mandato, e se isso influenciará ou não a decisão sobre a recandidatura”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas.
Questionado sobre o que é que entende que muda no seu papel num cenário de crescimento da esquerda face à direita, o Presidente da República respondeu que “as legislativas serão apenas em outubro” e que antes disso “é prematuro falar da evolução do sistema partidário português e também do papel do Presidente”.
Segundo o chefe de Estado, a seguir à sua intervenção na FLAD, numa sessão de perguntas e respostas fechada à comunicação social, houve quem lhe perguntasse se tencionava recandidatar-se ou não.
“E eu tive de explicar que é uma questão que só decidirei para o ano e que, no fundo, tem muito a ver com o papel do Presidente no quadro do equilíbrio de poderes que existe e que existirá nos futuros anos”, relatou Marcelo Rebelo de Sousa.