Da Redação
Com Lusa
O Presidente português defendeu que “a extrema-esquerda não existe mais em Portugal”, durante uma conversa com alunos universitários, dia 16 em Madrid, em que falou sobre o “equilíbrio difícil” da atual governação portuguesa.
Marcelo Rebelo de Sousa respondia a uma questão sobre migrações e refugiados, numa conferência sobre “Portugal e Espanha: Europa e América Latina”, na Universidade Carlos III, na capital de Espanha, onde se encontrava em visita de Estado.
Na resposta, em castelhano, o chefe de Estado reiterou a mensagem de que no espectro político português há “uma unanimidade absoluta” quanto à abertura aos refugiados e, a este propósito, afirmou que Portugal não tem extrema-direita.
“Mesmo a extrema-esquerda não existe mais em Portugal. Há a esquerda mais ambiciosa nas suas posições”, acrescentou o Presidente da República, sem se alongar mais sobre este tema.
Estavam presentes na sala a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, e os deputados que o acompanham nesta visita ao Reino de Espanha: Carla Barros, do PSD, Luís Testa, do PS, António Carlos Monteiro, do CDS-PP e Rita Rato, do PCP — o Bloco de Esquerda optou por não se fazer representar.
Apesar de no domingo à noite, à chegada a Madrid, Marcelo Rebelo de Sousa ter declarado que não iria “falar de questões portuguesas” em Espanha, ele comentou o atual quadro político nacional, nesta conversa com estudantes, e elogiou a procura de um “equilíbrio difícil” entre consolidação orçamental e preocupações sociais.
Segundo o Presidente da República, “Portugal tenta, busca apresentar uma via de equilíbrio — até hoje, com bons resultados”, o que “é muito bom para Portugal, é muito bom para os portugueses”.
Por outro lado, em resposta a uma pergunta sobre a União Europeia, voltou a apresentar-se como “um otimista realista” e apelidou o primeiro-ministro, António Costa, de “um radical optimista”.
O primeiro-ministro português “é sempre mais optimista, todos os dias diz: que maravilha, vai ser um dia sem nuvens, maravilhoso”, descreveu. “Eu digo: depende”.
“No entanto, em relação à Europa, temos de ser exigentes, mas otimistas, e voluntaristas”, defendeu.