Presidente do Sporting fala em “tomada de poder à força” depois de suspenso preventivamente

Da Redação
Com Lusa

O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, falou nesta quarta-feira em “tomada de poder à força”, depois de ter sido suspenso preventivamente pela Comissão de Fiscalização designada pela Mesa de Assembleia Geral.

“Aqui está a golpada [de] que estou a falar faz duas semanas. Este pelotão de fuzilamento que se autointitula Comissão de Fiscalização foi criado para isto: Nunca quiseram realizar a AG de dia 23; É uma tomada de poder à força; É completamente ilegal tudo o que se está a passar”, escreveu Bruno de Carvalho na sua página na rede social Facebook.

Bruno de Carvalho diz que “os sócios têm de se revoltar perante esta tomada de poder”, pois “quem manda no clube são os sócios todos e não meia dúzia”.

Mais tarde, Bruno de Carvalho disse em declarações à SIC Notícias que a Comissão de Fiscalização designada pela Mesa de Assembleia Geral é ilegítima, pelo que não acata a suspensão preventiva e irá continuar a trabalhar normalmente. “O único órgão eleito legitimamente em funcionamento é o Conselho Diretivo e tomamos as nossas decisões, perante os estatutos e a lei, e as decisões são as corretas. Existe uma Comissão Transitória e de Fiscalização no Sporting que não é esta”, referiu.

Suspensão

A Comissão de Fiscalização designada pela Mesa de Assembleia Geral do Sporting anunciou hoje ter suspendido preventivamente o Conselho Diretivo do Sporting, uma decisão com efeitos imediatos.

Em conferência de imprensa, três dos cinco elementos da CF, explicaram que a nota de culpa, que suspende as funções e impede os membros do CD do Sporting de entrarem nas instalações do clube, já seguiu para os visados, que têm agora 10 dias úteis para o contraditório.

Segundo João Duque, da CF, “compete agora à mesa da Assembleia Geral, liderada por Jaime Marta Soares, nomear uma comissão de gestão para o clube e, até essa nomeação, cabe-lhe a ele próprio tomar decisões”.

Bruno de Carvalho está suspenso da presidência do CD do Sporting, e não da presidência da SAD, na qual tem mandato até 30 de junho como representante do acionista maioritário, que é o Sporting.

Segundo António Paulo Santos, da CF, “cabe à comissão de gestão nomear um representante na SAD”.

Questionada sobre se Bruno de Carvalho iria ser proibido de entrar nas instalações do clube, Rita Garcia Pereira admitiu que se for necessário, a CF irá recorrer à via judicial: “Esperemos que não seja necessário recorrer à via judicial. Mas, se for preciso, recorreremos”.

Na base da decisão hoje anunciada pela CF, nomeada por Jaime Marta Soares na sequência da demissão do Conselho Fiscal e Disciplinar, está uma participação disciplinar contra o Conselho Diretivo, subscrita por 21 associados e apresentada em 04 de junho.

A participação disciplinar denunciava a “prática de gravíssimos ilícitos disciplinares que colocam em causa a própria subsistência da instituição Sporting Clube de Portugal”.

“Após competente avaliação da participação, que requeria a suspensão dos membros em exercício de funções no Conselho Diretivo, entendeu-se não haver necessidade de procedimento prévio e partir para a suspensão imediata e deduzir nota de culpa que seguiu ainda hoje de manhã para os membros que estão em funções”, explicou Rita Garcia Pereira.

A advogada, que integra a CF juntamente com António Paulo Santos, João Duque, Henrique Monteiro e Luís Sousa, explicou que na base da suspensão está a acusação de “violação dos estatutos”.

João Duque assumiu que a decisão hoje anunciada, e que foi tomada por unanimidade pelos cinco membros da CF, foi difícil de tomar, mas resulta do cumprimento da lei. “É uma ação que nos custa tomar, mas limita-se a aplicar a lei”, referiu.

Na segunda-feira, durante uma conferência de imprensa, um porta-voz do Sporting tinha afirmado que as alterações estatutárias que o Conselho Diretivo pretendia levar à Assembleia Geral do dia 17 são mudanças “legítimas” e que “não constituem novidade” àquilo que são os estatutos do Sporting, como é o caso de substituir elementos demissionários.

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