Presidente do Governo da Madeira questiona os preços praticados pela TAP

Da Redação com Lusa

Nesta segunda-feira, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Alquerque, questionou o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, sobre os preços praticados pela TAP, que apelidou de “pouca-vergonha”.

“Como é que é possível estarmos a assistir, em 2021, que se pratique preços numa carreira regular de transporte de aviação, de 900 e tal quilômetros, de 1.083 euros? É assim que se promove o turismo nacional? É assim que se promove a mobilidade dentro de território nacional?”, salientou Miguel Albuquerque, durante a sua intervenção nas jornadas parlamentares da maioria PSD/CDS-PP sobre o orçamento regional para o próximo ano.

“O que é que se passa? Ninguém é responsável por coisa nenhuma? O que é que o senhor Presidente da República tem a dizer sobre isto? O que é que o senhor primeiro-ministro que ainda está em funções tem a dizer sobre esta pouca-vergonha?”, insistiu o chefe do executivo regional na sessão que decorreu na Assembleia Legislativa da Madeira.

O presidente do Governo madeirense, de coligação PSD/CDS-PP, criticou que a TAP, “nacionalizada pelos comunistas e por este desgraçado Governo socialista” pratique “valores de passagem superiores a 1.083 euros” para a Madeira, acusando a Autoridade Nacional da Aviação Civil e da autoridade da concorrência de nada fazerem “para acabar com esta pouca-vergonha”.

Numa intervenção marcada sobretudo por críticas ao Governo central, Albuquerque disse esperar que a dissolução da Assembleia da República “tenha como consequência a instalação de uma alternativa política para Portugal retomar um novo ciclo de crescimento econômico, de aproximação do seu rendimento com os seus parceiros e de inversão desta degradação e desta venezuelização do regime”.

“Gostaria também de chamar à atenção para uma realidade que é patente e que é evidente desde há seis anos. Este governo, péssimo, do Partido Socialista teve e continua a ter uma obsessão histérica, esquizofrênica com a Madeira no sentido de introduzir todas as medidas para prejudicar os madeirenses”, considerou.

Albuquerque deu como exemplo o requerimento do PS na Assembleia da República “para retirar da ordem de trabalhos um diploma que autorizava que as empresas que se queriam sediar no Centro Internacional de Negócios da Madeira o podiam fazer a partir de janeiro do próximo ano”.

“Ou seja, sem qualquer fundamento e sem qualquer justificação política, a não ser a penalização da Região Autónoma da Madeira e do país […], impediu-se que isso voltasse a acontecer, prejudicando mais uma vez os madeirenses na sua receita fiscal e, obviamente, a dinâmica econômica do nosso país e da nossa região”, lamentou.

Miguel Albuquerque sublinhou ainda que a Madeira tem “um conjunto de problemas para resolver” que só podem ser ultrapassados com “uma boa representação parlamentar dentro da Assembleia da República”.

TAP e Emigração

Os preços praticados pela TAP também são constantemente alvo de comentários e críticas por parte dos emigrantes residentes no Brasil, que tem se deparado com altos preços, apesar da alta procura por passagens para Portugal.

E não só. Um artigo no jornal português Observador mostra quanto uma família emigrante no Reino Unido gasta para poder passar a quadra natalícia em Portugal, diante dos altos preços da companhia portuguesa.

“Uma família emigrante de quatro pessoas que queira vir passar a consoada natalícia e ano novo a Portugal teria de pagar 3200 euros, repetimos 3200 euros para o fazer: 1600 euros para ir, uma vez iniciadas as férias natalícias das crianças e antes do Natal, mais outros 1600 para regressar depois do ano novo, mas antes da escola começar” indica o texto opinativo de Pedro Caetano, intitulado “Tap, inimiga dos emigrantes“.

De acordo com a mesma fonte, o valor das passagens seria quase três vezes o salário médio bruto português, ou ainda cerca de três salários líquidos ingleses para uma família emigrante portuguesa poder ir a Portugal pela TAP.

“A TAP é nociva para a esmagadora maioria das famílias portugueses emigrantes, para quem os preços são ofensiva e impossivelmente caros, apesar de subsidiados com impostos dos portugueses, e é inútil para muitas famílias das classes média e alta residentes no Reino Unido, portuguesas ou inglesas, que preferem a British Airways” declara o autor Pedro Caetano.

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