Mundo Lusíada com Lusa
Neste dia 10, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, assumiu que “é uma boa notícia” o país ir investir mais na habitação com os fundos europeus uma vez que, reconheceu, o país tem “grandes problemas” nesta área.
“O fato de se ir apostar o dinheiro dos fundos europeus mais na habitação é uma boa notícia”, reagiu o Presidente da República quando questionado pela agência Lusa sobre os incentivos previstos pelo Governo para o setor, no próximo Conselho de Ministros.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que quando foi criado um Ministério da Habitação, pensou que “não devia ser só um nome, tinha de ser, mais do que um nome, uma aposta forte” na habitação.
“Nós estamos com problemas grandes na habitação social, muito grandes, não é só o problema do custo da habitação ter subido, muito por causa da guerra, por causa da inflação, por causa do turismo, por causa dos residentes estrangeiros, por causa dos nossos emigrantes que têm investido mais no imobiliário”, disse.
Mas, continuou, “é sobretudo, em muitos sítios, um problema do alojamento dos mais jovens, daqueles que querem arrancar para a vida profissional, constituir família e não têm hipótese de habitação, nem arrendando, nem através de aquisição e depois setores carenciados da população que também têm esse problema”.
Segundo o jornal Expresso, o Governo português prepara um novo “mecanismo permanente de apoio à renda” para famílias com quebras de rendimentos, uma medida que integra o novo pacote legislativo sobre habitação que vai aprovar no Conselho de Ministros da próxima quinta-feira.
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PSD: dois dias antes do Governo
Já o presidente do PSD, Luís Montenegro, anunciou que o partido vai apresentar no dia 14 um pacote de medidas para a habitação, dois dias antes do Conselho de Ministros.
“Desejo que o Conselho de Ministros cumpra a sua tarefa, que é apresentar as suas ideias, mas nós no PSD não vamos esperar, antes mesmo do dia 16, no dia 14, apresentaremos um pacote de medidas muito concreto”, adiantou Luís Montenegro.
O líder do PSD disse esperar que em torno dos objetivos que o partido irá defender “possa gerar-se o consenso necessário para que estes investimentos não fiquem mais adiados”.
“Lamento profundamente que cheguemos ao dia de hoje e as oportunidades de financiamento, nomeadamente abertas pelo PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], também na habitação, estejam tão atrasadas, tão adiadas, como infelizmente é a marca dos dias de hoje”, afirmou.
O líder do PSD desejou ainda que o Governo “passe das palavras aos atos” no que diz respeito às medidas para o setor da habitação.
Luís Montenegro apontou que “há falta de oferta no mercado de habitação, quer para aquisição, quer para arrendamento, os preços estão incomportáveis um pouco por todo o país, não é só nas áreas mais urbanas e mais no litoral”.
“Essa estratégia é também fundamental para o nosso futuro. Não é possível retermos os nossos talentos, os nossos jovens, em Portugal, não é possível termos políticas de acolhimento de imigrantes, de mão de obra estrangeira como hoje precisamos se não tivermos habitações condignas para lhes proporcionar”, defendeu.