Da redação
Com Lusa
O Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, disse que o futuro do país depende da integração no vasto mercado da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), para melhor desempenho da economia e atração de investimentos.
“Temos de convir que, e isto não se trata de nenhuma proclamação ideológica ou identitária, o futuro do país depende da sua integração”, disse o chefe de Estado cabo-verdiano, na cidade da Praia, no ato de tomada de posse de três novos ministros do executivo liderado por Ulisses Correia e Silva, em que um deles é o ministro-adjunto do primeiro-ministro e da Integração Regional.
Para Jorge Carlos Fonseca, a integração regional é um “combate de longo fôlego, complexo, difícil, por vezes pouco compreendido”, mas que vai permitir o bom desempenho da economia, atração de investimentos e existência de mais mercados.
“O trabalho de integração no mais vasto mercado da nossa região é decisivo para um futuro de prosperidade e para um Cabo Verde verdadeiramente desenvolvido que nós todos sonhamos”, reforçou o mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana.
Em declarações aos jornalistas, o novo ministro-adjunto do primeiro-ministro e da Integração Regional, Rui Figueiredo Soares, disse que encarou o discurso do Presidente da República como um “enorme desafio”, neste mundo cada vez mais globalizado.
“E Cabo Verde, pelas suas especificidades e vulnerabilidades, só pode contar com esta integração regional para assegurar um futuro melhor, mas também para contribuir para que esta região de África Ocidental e toda a região maior que é a África seja um lugar de prosperidade, felicidade e bem estar para todos os cidadãos”, afirmou.
O novo ministro reconheceu que, pelo percurso e história do país, essa integração regional “tem sido dificultada”, mas notou que, com os sinais dados nos últimos tempos pelo Governo, nomeadamente por ter um ministro que se ocupa dessa área, esse desafio pode ser ultrapassado.
“Conseguiremos dar passos significativos no sentido de uma integração efetiva e não apenas uma integração de ajuda”, prosseguiu o novo ministro, que antes desempenhava aos funções de líder parlamentar do partido que suporta do Governo, o Movimento para a Democracia (MpD).
Rui Figueiredo Soares disse que quando o Presidente da República faz essa referência, dá-lhe a si e ao Governo uma “responsabilidade acrescida”, visto entender que a integração regional é “uma tarefa hercúlea”, que deverá contar também com a integração da sociedade.
“Não gozamos, à partida, de uma grande facilidade, de um grande acolhimento na região, mas podemos mostrar que somos úteis à região e que a região, este mercado enorme de 370 milhões de habitantes, é um mercado muito importante e Cabo Verde pode também desempenhar um papel devido à sua posição geoestratégica, devido às parcerias especiais que tem, especialmente com a União Europeia, nós podemos ser um interlocutor muito válido para acrescentar também às valências da comunidade”, terminou.
Rui Figueiredo Soares substitui no cargo Júlio Herbert, encontrado sem vida no seu gabinete, em 21 de outubro último.
Fazem parte ainda da CEDEAO o Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
Além de Rui Soares, tomaram posse também os novos ministros da Economia Marítima, Paulo Veiga, e do Turismo e Transportes, Carlos Santos.
O Presidente da República disse tratar-se de “áreas muito relevantes e cruciais” para a economia do país e “decisivas” se tiverem boa performance para a realização da constituição social, no que diz respeito ao crescimento da economia, criação de emprego e bem estar das pessoas.