Da Redação
Com Lusa
O Presidente português considerou que 2017 foi um “ano de sucesso”, durante o qual Portugal reforçou a sua presença no mundo, mas citou também fragilidades estruturais do país.
Marcelo Rebelo de Sousa falava no Palácio da Cidadela, em Cascais, durante o encontro anual do Conselho da Diáspora Portuguesa, na presença do antigo primeiro-ministro Durão Barroso, que integra os órgãos sociais desta associação, e dos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral.
O chefe de Estado, que na terça-feira fez um balanço de 2017, descrevendo-o como “um ano contraditório“, retomou essa análise na última quarta-feira, declarando: “Ficou claro que, num ano de sucesso, havia fragilidades estruturais que vieram ao de cima, umas mais antigas, outras mais recentes, em matérias como a florestação, o ordenamento florestal, o combate em termos de segurança”.
O Presidente da República começou por considerar que “Portugal teve um ano que reforçou a sua presença no mundo”, dizendo concordar com o primeiro-ministro, António Costa, nesta matéria. “E esse reforço é fruto de um percurso que vai dando resultados positivos, que estamos a examinar, que estamos a analisar e que estamos, sobretudo, a tentar maximizar para o futuro. É uma exigência”, prosseguiu.
Marcelo Rebelo de Sousa alertou que este “é um percurso que obriga a um trabalho quotidiano, nada está definitivamente ganho”. “Pelo meio, temos problemas”, salientou, referindo-se às “fragilidades estruturais” que no seu entender ficaram evidentes em 2017, “realidades que assumem uma expressão mais dolorosa precisamente pela dificuldade de enfrentá-las”.
Segundo o Presidente, Portugal tem, além disso, “ainda alguma dificuldade em formular consensos de regime explícitos”, apesar de ter “um sistema político que, comparado com os europeus, é dos mais estáveis, atendendo aos populismos, às xenofobias, às crises partidárias”.
Neste ponto, o chefe de Estado observou: “Isso costuma dizer o senhor primeiro-ministro, de vez em quando, que resulta do facto de o Presidente da República ser crente e rezar muito e ele ser otimista”.
Perante alguns risos na assistência, acrescentou: “Mas, não está provado que a conjugação, só por si, chegue. Por muita oração que haja e por muito otimismo que exista, é preciso mais”. “Temos, obviamente, de estar atentos a fenômenos que podem chegar a Portugal”, alertou.
O Conselho da Diáspora Portuguesa é uma associação sem fins lucrativos, constituída em dezembro de 2012, com o alto patrocínio do anterior Presidente da República, Cavaco Silva, destinada a institucionalizar uma rede de contatos entre portugueses e luso-descendentes residentes no estrangeiro, com posições de destaque.