Presidente: Decisão de administrar terceira dose de vacina cabe ao Governo

Foto Reprodução/Governo Portugal

Da Redação com Lusa

O presidente português disse neste domingo que cabe ao Governo decidir sobre a administração de uma terceira dose da vacina contra a covid-19, e apelou aos jovens que sejam inoculados para que o próximo ano letivo decorra com normalidade.

“Não quero avançar com opinião sobre essa matéria. É uma matéria de decisão política do Governo, não do Presidente, mas é evidente que eu percebo a preocupação do Governo”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em Melgaço, Viana do Castelo, no final da cerimônia de entrega dos Prémios Jean-Loup Passek, no encerramento da edição 2021 do MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço.

Questionado sobre a intenção do Governo de realizar uma campanha de teste serológicos, nomeadamente nos lares, relacionada com a avaliação da necessidade de administração de uma terceira dose da vacina contra a covid-19, o Chefe de Estado apontou “o exemplo dos profissionais de saúde, dos professores e de outros setores que foram vacinados em primeiro lugar, vai fazer seis meses para garantir serviços básicos”.

“É preciso acompanhar os anticorpos. Mantêm-se os anticorpos no mesmo grau, ou não? Até agora a opinião comum é que é duradoira a presença de anticorpos, mas é preciso verificar. Como é que isso se faz? Com testes serológicos que permitem apurar como estão as resistências provocadas pela vacina. Concordo com isso, é uma preocupação que faz sentido”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República lembrou que se aproxima o início do ano letivo, que deverá decorrer “nas melhores condições de saúde pública, mas também nas melhores condições educativas”.

“Em relação aos jovens de 16 e 17 anos que vão ser vacinados queria reforçar o apelo do vice-almirante Gouveia e Melo (coordenador da ‘task force’ que gere o processo de vacinação contra a covid-19). Eu sei que quando se têm 16 ou 17 anos não há ninguém que não se considere eterno. Eu considerava-me eterno e considerava que problemas de certa natureza não eram tão urgentes ou prementes. Eu percebo que o próprio debate, há umas semanas, sobre se devia ou não haver vacinação para os 16 e os 17 anos, tenha levado muitos jovens a dizer que não valia a pena. Eu apelo para que pensem que pode fazer a diferença na sua saúde e no seu próximo ano letivo. Já tivemos dois anos letivos muito complicados”, destacou.

Questionado sobre o aumento do número de surtos em lares, o chefe de Estado disse existir “um lado normal”, nessa situação, apelando para um “acompanhamento atento”.

“Há um lado normal que ao fim de seis meses da vacinação, surjam franjas da população que não foi vacinada, mesmo nos grupos de risco ou em que há, como noutras vacinas, casos de contágio, que é o que está a acontecer em casos isolados em lares. Não são propriamente casos generalizados”, referiu.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.467 pessoas e foram registrados 986.967 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.

Dados

Neste dia 08, os dados mostram que Portugal registrou 1.982 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas e mais 10 mortes, com um ligeiro aumento no total de internamentos hospitalares.

De acordo com o boletim epidemiológico diário da Direção-Geral da Saúde, existem agora 849 pessoas em internamento hospitalar, mais 11 do que no sábado, e 184 pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos, menos duas pessoas do que no dia anterior.

A maioria dos novos casos de infecção confirmada registaram-se nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo (742) e do Norte (651).

Lisboa e Vale do Tejo registrou seis das 10 mortes nas últimas 24 horas, a região Centro registou três e a região Norte registou um óbito.

Os 1.982 novos casos hoje registrados elevam o total de casos de covid-19 no país desde o início da pandemia para 986.967.

Quanto ao total de casos ativos é agora de 44.933, mais 915 do que no sábado.

Em 24 horas recuperaram da doença 1.057 pessoas, elevando o número de recuperados para 924.567.

Em vigilância pelas autoridades de saúde estão agora 63.995 pessoas, mais 56 do que no sábado.

Do total de casos confirmados desde o início da pandemia, 453.620 casos são homens e 532.675 são mulheres, havendo ainda 671 casos com gênero por determinar por esta não ser uma informação comunicada de forma automática, estando esses casos sob investigação.

As faixas etárias entre os 20 e os 59 anos são as mais representativas no total de infecções confirmadas.

Quanto ao total de óbitos, 9.167 dizem respeito a homens e 8.300 a mulheres, maioritariamente na faixa etária acima dos 80 anos.

A pandemia de covid-19 fez pelo menos 4.287.427 mortos em todo o mundo, entre mais de 202,2 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, desde que a OMS detetou a doença na China em finais de dezembro de 2019, segundo o último balanço da France-Presse com base em dados oficiais.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.

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