[Atualizado 12 Jan]
Da Redação
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, teve um teste positivo de diagnóstico ao novo coronavírus, mas está assintomático, e cancelou toda a sua agenda para os próximos dias.
Dois testes seguintes deram negativo ao novo coronavírus. A presidência portuguesa informou que Marcelo Rebelo aguarda orientações da Saúde.
“Tendo o Presidente da República testado negativo ontem, e apesar do teste antigênio de hoje ser negativo, soube-se agora, às 21:40, que o teste PCR deu positivo”, lê-se na nota da Presidência da República na noite do dia 11 após o resultado positivo.
Segundo a mesma nota, o chefe de Estado, “que está assintomático” comunicou esta situação “ao presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro e à ministra da Saúde e, encontrando-se a trabalhar em Belém, aí ficou e ficará em isolamento profilático na zona residencial, aguardando o inquérito epidemiológico”.
“Cancelou toda a agenda para os próximos dias, a começar com sessão com os peritos no Infarmed e a audição dos partidos políticos previstas para amanhã [terça-feira]”, acrescenta-se na nota.
Na sequência, testou negativo ao novo coronavírus, mantendo se em isolamento.
Neste dia 12, o Presidente voltou a testar de novo negativo. “O teste feito esta manhã pelo Instituto Ricardo Jorge voltou a dar resultado negativo. O Presidente da República aguarda agora as orientações das autoridades de saúde” disse a presidência nesta terça feira.
Na sequencia também neste dia 12, a RTP confirmou que vai fazer o debate entre os sete candidatos às presidenciais, que esteve em dúvida depois do teste positivo ao novo coronavírus do Presidente e recandidato, Marcelo Rebelo de Sousa, que segundo a imprensa participa via videoconferência.
O debate, presencial, às 21:55, será transmitido em canal aberto pela RTP-1 e na RTP-3 (cabo), disse à Lusa fonte da televisão pública.
“Eu sinto-me muito irritado porque não me dão, por escrito, uma posição sobre se eu podia ir ao debate ou não. E, portanto, eu não tendo uma posição, esperei, esperei, a primeira posição era que eu podia ir, a segunda era que não, verbalmente, estou à espera de uma reunião, e, na dúvida, vim para casa, para fazer [o debate] de casa, não ia fazer de Belém. O debate não é com o Presidente da República, é com o candidato. O mínimo é haver uma resposta por escrito” das autoridades sanitárias, defendeu o chefe de Estado em declarações à RTP à chegada à sua residência, em Cascais, distrito de Lisboa.
O recandidato acrescentou que quando essa resposta chegar, “como é natural”, já não tem tempo de ir até ao Pátio da Galé, em Lisboa, para debater presencialmente com os restantes seis candidatos.
“Não sei bem como, tenho de improvisar, e depois tenho de ficar cá, não vou outra vez para Belém, tenho de ficar cá nos próximos dias, enquanto entenderem que devo ficar em isolamento”, prosseguiu o chefe de Estado.
Tomei conhecimento do teste Covid19 positivo do Presidente da República. Já falámos ao telefone esta noite, pois quis inteirar-me do seu estado de saúde. Manteremos o contacto permanente e desejo-lhe votos sinceros de rápida e completa recuperação.
— António Costa (@antoniocostapm) January 11, 2021
Em Portugal, morreram 8 mil pessoas dos 489 mil casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
O nono diploma do estado de emergência foi submetido pelo chefe de Estado ao parlamento no atual contexto de pandemia de covid-19, e será discutido e votado pelos deputados na quarta-feira de manhã. O Conselho de Ministros irá reunir-se também na quarta-feira para adotar medidas mais restritivaa ao abrigo deste decreto.
Falso positivo
A virologista Raquel Guiomar, do Instituto Ricardo Jorge, disse à Lusa que os falsos positivos em testes PCR de despistagem à covid-19 podem dever-se a uma “pequena contaminação” da amostra em análise ou a incorreta interpretação dos dados.
Os testes de antigénio, que detetam proteínas do coronavírus da covid-19, permitem obter resultados mais rápidos, sendo recomendados, por exemplo, para controlar surtos.
Contudo, estes testes são menos sensíveis, particularmente quando a carga viral é mais baixa (o que pode acontecer no início ou no fim da infeção) e não há sintomas, e, por isso, são menos fiáveis do que os testes PCR, que detetam pequenas quantidades de material genético do vírus, sendo recomendados, por exemplo, a doentes internados ou assintomáticos com contactos de alto risco com casos confirmados de infeção.
Raquel Guiomar, que é responsável pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus Respiratórios no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em Lisboa, assinalou à Lusa que, perante um teste de antigénio com resultado negativo para a covid-19, as orientações em Portugal mandam que se faça um novo teste para confirmar os resultados, no caso um teste PCR (ou teste molecular). Em caso de resultados diferentes, um terceiro teste.