Marcelo Rebelo de Sousa (C-D), acompanhado pelo embaixador de Portugal na República Popular da China, José Augusto Duarte (C-E), durante um passeio pela área financeira de Xangai, China, 30 de abril de 2019. MIGUEL A. LOPES/LUSA
Da Redação
Com Lusa
O Presidente de Portugal prossegue em Xangai a sua visita de Estado à República Popular da China, com uma agenda que inclui um seminário econômico luso-chinês, em que deverão ser assinados acordos bilaterais.
Marcelo Rebelo de Sousa iniciou esta visita de Estado na segunda-feira, em Pequim, onde foi recebido pelo Presidente e pelo primeiro-ministro chineses, e viajou nessa noite para Xangai, a “capital” econômica da China.
Antes de intervir na sessão de abertura do seminário econômico luso-chinês, que tem um dos departamentos de língua portuguesa mais antigos da China, Marcelo foi recebido ao almoço pelo secretário do Partido Comunista Chinês (PCC) em Xangai.
Mais tarde, visita a Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, que tem um dos departamentos de língua portuguesa mais antigos da China, onde tem previsto um encontro com alunos da licenciatura e mestrado em português.
Antes de viajar para a Região Administrativa Especial de Macau, Marcelo Rebelo de Sousa dá ainda uma recepção a empresários, entidades culturais e portugueses residentes nesta região.
Em Macau, onde termina esta visita de Estado, na quarta-feira, também estará menos de 24 horas, mas com uma agenda intensa, que inclui visitas à Santa Casa da Misericórdia, às ruínas da Igreja de São Paulo, à Escola Portuguesa, uma reunião com o chefe do executivo da RAEM, Fernando Chui Sai On, e uma recepção à comunidade portuguesa.
Nesta deslocação à China, o Presidente da República está acompanhado por uma delegação parlamentar composta pelos deputados Adão Silva, do PSD, Filipe Neto Brandão, do PS, Telmo Correia, do CDS-PP, pelo líder parlamentar do PCP, João Oliveira, e por Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista “Os Verdes”.
Bloco de Esquerda e PAN não quiseram integrar a sua comitiva nesta visita, o que justificaram com a situação dos direitos humanos e das liberdades na China, opção que o chefe de Estado apontou na segunda-feira como “um sinal da liberdade que existe em Portugal”.
Empatia
Na abertura do seminário, o chefe de Estado português afirmou que existe “uma empatia” ao mais alto nível político nas relações luso-chinesas e pediu aos empresários que aproveitem este momento para “ir mais longe e ir mais depressa” nos negócios.
“É um momento que não podemos desperdiçar. Porque há a memória de um conhecimento recíproco, uma capacidade de compreensão também singular, porque há uma confiança que se criou. E a confiança é crucial. Está criada a confiança, a todos os níveis”, considerou.
Segundo o Presidente da República, nas recentes visitas recíprocas entre titulares do poder político de Portugal e da China, “entre primeiros-ministros, como desde logo entre presidentes da República, nasceu uma empatia, renovou-se uma empatia”.
“O quadro hoje é um quadro de excelência nas relações políticas institucionais. E é um quadro de excelência na empatia pessoal”, reforçou.
O chefe de Estado defendeu que “isso é importante” para as empresas, argumentando que “a empatia no quadro político institucional pode facilitar ou dificultar as relações empresariais”.
Dirigindo-se aos empresários dos dois países, deixou-lhes um desafio: “É ir mais longe e ir mais depressa, porque a velocidade neste tempo é outra, e não há vazios, os vazios têm de ser preenchidos. Não podemos perder um minuto. Não podem perder um minuto na concretização dos vossos projetos”.
“Foi essa a mensagem que quis aqui trazer com a minha presença. Quis dizer que, naquilo que depende dos presidentes, nós estamos presentes: está presente o Presidente Xi, estou presente eu. Naquilo que depende dos poderes políticos, estamos presentes. Agora, a vida não se faz nem só nem sobretudo com os poderes políticos, faz-se com as pessoas, faz-se com os empresários, faz-se com aqueles que criam riqueza”, acrescentou.