Da Redação com Lusa
O Presidente de Portugal anunciou que, durante o mês de janeiro, prevê ir à Expo no Dubai e a Moçambique, além abrir o ano judicial e receber “todos” os diplomatas portugueses e estrangeiros.
Falando aos jornalistas depois de ter participado numa conferência organizada pelo ISCTE, intitulada “O futuro do trabalho visto pelos jovens”, Marcelo Rebelo de Sousa começou por antecipar a sua deslocação a Luanda este fim de semana, salientando que se trata “de um convite que estava pendente no quadro da CPLP”.
“[É] uma bienal de debate com jovens, sobre a CPLP e o futuro, e os desafios, econômicos, sociais e políticos do futuro. Era para ter sido em outubro, e foi adiada para agora. E, portanto, eu tinha dito que ia, vou”, salientou.
Projetando a sua agenda para o mês de janeiro, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que, como todos os anos, irá receber “todos” os diplomatas portugueses e estrangeiros, além de “abrir o ano judicial”.
“Terei pelo meio também, porventura, uma ida à Expo Dubai, (…) e tenho um convite do Presidente de Moçambique que já vem de trás, foi adiado por causa da pandemia, para ir a Moçambique no final de janeiro”, salientou.
Marcelo Rebelo de Sousa desloca-se, entre 26 e 29 de novembro, a Angola, onde participará na Bienal de Luanda “Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz”, uma iniciativa conjunta da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a União Africana (UA) e o Governo de Angola”.
Marcelo Rebelo de Sousa fez uma visita de Estado a Angola de quatro dias em março de 2019, retribuindo idêntica visita do presidente Angola, João Lourenço, a Portugal, três meses antes.
Jovens
Na Conferência, organizada pelo ISCTE, Marcelo Rebelo de Sousa começou por afirmar que, nos seus “últimos anos de professor ativo”, apercebeu-se das “angústias dos jovens”, numa altura em que o debate “já não era naturalmente sobre a qualificação de primeiro grau, era de segundo, de terceiro grau, e depois já se estava ao nível da sofisticação”.
Segundo o chefe de Estado, “ao ritmo a que se processam” essas qualificações, os jovens interrogam-se “onde é que cabem nos sistemas existentes” e considerou que, tanto o “sistema empresarial, como o social ou administrativo”, não têm “conseguido responder às expectativas” da geração mais nova, “porque eles próprios estão largamente desestruturados”.
Marcelo Rebelo de Sousa salientou que a União Europeia, ao implementar o plano de recuperação econômica NextGenerationEU, “optou pelas qualificações” e apelou a que, numa altura em que haverá “um escrutínio muito atento da Comissão Europeia quanto aos fundos utilizados”, “a sociedade e a economia mudem à medida das qualificações”.
“Senão o que acontece é que aceleramos nas qualificações e não há capacidade de enquadramento dessas qualificações. Eu não falo apenas de Portugal, falo do quadro europeu: é um duplo desafio”, frisou.
O Presidente da República defendeu que é “importante” olhar para a Europa “não apenas como recuperação, mas como reconstrução”, e pediu que “essa reconstrução do tecido econômico e social” seja feita “senão à mesma velocidade, a uma velocidade que não seja muito diferente da velocidade da aposta das qualificações”.
“Tem de ser: os parceiros econômicos e sociais têm de perceber isso, as grandes confederações patronais e sindicais, o tecido empresarial, social, as instituições sociais, a administração pública, têm que mudar, para corresponder às expectativas”