Da Redação
Com Lusa
O Governo do Brasil confirmou que uma das vítimas do ataque a uma igreja católica em Nice é uma cidadã brasileira, de 40 anos e mãe de três filhos, tendo condenado “veementemente o atroz atentado”.
“O Governo brasileiro informa, com grande pesar, que uma das vítimas fatais era uma brasileira de 40 anos, mãe de três filhos, residente em França. O Presidente, Jair Bolsonaro, em nome de toda a nação brasileira, apresenta as suas profundas condolências aos familiares e amigos da cidadã assassinada em Nice, bem como aos das demais vítimas, e estende sua solidariedade ao povo e Governo franceses”, indicou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
“O Brasil expressa o seu firme repúdio a toda e qualquer forma de terrorismo, independentemente de sua motivação, e reafirma o seu compromisso de trabalhar no combate e erradicação desse flagelo, assim como em favor da liberdade de expressão e da liberdade religiosa em todo o mundo”, acrescentou o executivo.
O Governo brasileiro, presidido por Jair Bolsonaro, manifestou ainda a sua solidariedade “aos cristãos e a pessoas de outras confissões que sofrem perseguição e violência em razão de sua crença”.
No momento, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, através do seu Consulado-Geral em Paris, encontra-se a prestar assistência consular à família da cidadã brasileira vítima do ataque.
Três pessoas morreram, uma delas degolada, no interior da basílica de Nossa Senhora de Nice, num ataque perpetrado por um homem armado com uma arma branca.
O agressor, que foi rapidamente detido pela polícia, foi ferido a tiro com gravidade e transportado para o hospital, na manhã deste dia 29.
Segundo fonte próxima do inquérito, o atacante gritou ‘Allah Akbar’ (“Deus é grande”).
De acordo com uma familiar da vítima mortal brasileira, que falou à rádio pública francesa RFI, a mulher foi ferida com uma faca e morreu num restaurante quase em frente à basílica, onde se tentou abrigar.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, qualificou como “um ataque terrorista islâmico” o atentado ocorrido na manhã desta quinta-feira e anunciou um aumento do dispositivo militar para proteger o país.
“Não cederemos mais”, afirmou Macron, numa declaração no local do atentado, em que anunciou também que o dispositivo militar de segurança passará de 3.000 para 7.000 soldados no país.
O aumento da presença militar no país “permitirá proteger os locais de culto” durante as festividades do Dia de Todos os Santos, celebrado com feriado (01 de novembro), e as escolas, na sequência do regresso às aulas após as férias de outono, que ocorrerá a partir da próxima semana, acrescentou o Presidente francês.
Nos últimos dias têm-se multiplicado reações do mundo muçulmano contra a França e o seu Presidente, depois de Macron ter declarado que continuaria a defender a liberdade de expressão, incluindo a publicação de caricaturas, durante uma homenagem nacional a um professor.
No passado dia 16, o professor Samuel Paty foi decapitado na região parisiense depois de ter mostrado caricaturas de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão.
Mensagem de Portugal
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros afirma ter sido “com profunda consternação” que o Governo português tomou conhecimento do ataque, em que um homem matou a golpes de arma branca pelo menos três pessoas no interior da igreja católica em Nice.
“O Governo português reitera a sua condenação veemente de todas as formas de violência e reitera o seu compromisso com o combate ao extremismo, ao racismo, ao ódio e à intolerância em geral”, declara.
Evocando a “amizade fraterna que une os dois povos”, o Governo expressa ainda “as suas mais sentidas condolências às famílias das vítimas” e “reafirma a sua solidariedade para com o Governo de França”.
O primeiro-ministro, António Costa, já tinha reagido ao ataque através do Twitter, onde manifestou solidariedade com França e considerou que o ocorrido reforça a determinação numa Europa unida contra o ódio.
“Estamos solidários com a França. O terrível ataque na Catedral de Nice reforça a nossa determinação em manter a Europa unida contra o ódio, na defesa da liberdade e da tolerância”, escreveu António Costa na sua conta pessoal na rede social Twitter.