Presidente da Comissão Europeia deseja “sucesso” a Montenegro e anseia trabalho conjunto

Foto divulgação

Da Redação com Lusa

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, desejou hoje “todo o sucesso” ao primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, dizendo ansiar trabalho conjunto em “benefício da Europa como um todo”, após uma reunião em Bruxelas.

“Desejo-lhe todo o sucesso como primeiro-ministro de Portugal. Isto beneficiará a Europa como um todo”, afirmou Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X (antigo Twitter). Durante a reunião na sede da Comissão Europeia em Bruxelas, a líder do executivo comunitário adiantou: “Ótima primeira reunião com Luís Montenegro. Parabéns pela sua nomeação como primeiro-ministro de Portugal”.

“Vivemos um momento crucial para a Europa e estou ansiosa por trabalhar consigo”, adiantou Ursula von der Leyen.

Esta manhã, durante a reunião que durou cerca de 15 minutos, Luís Montenegro garantiu à presidente da Comissão Europeia não existir “nenhuma razão” para preocupação com a estabilidade política do país, salientando “responsabilidade” face à União Europeia.

Prometeu ainda rapidez na execução do Plano de Recuperação e Resiliência para “recuperar atrasos”, esperando nova tranche ao país no final deste mês. O primeiro-ministro indigitado está em Bruxelas para participar na cimeira do PPE.

Após um encontro com o primeiro-ministro cessante, António Costa, para troca de cumprimentos, Luís Montenegro encontrou-se mais tarde, com a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, também do PPE.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indigitou hoje Luís Montenegro como primeiro-ministro, durante uma audiência que decorreu já depois da meia-noite.

Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas após a reunião, o presidente do PSD salientou: “Não há nenhuma razão, nem interna nem externa, para se duvidar da capacidade de um Governo estável, que cumpra com responsabilidade todos os seus compromissos com os eleitores portugueses, aqueles que fizeram uma escolha de mudança no dia 10 de março, e também com as instituições internacionais, à cabeça das quais está a UE”.

“Tive ocasião de lhe explicar o contexto em que fui indigitado primeiro-ministro e estou, neste momento, empenhado em apresentar ao senhor Presidente da República uma proposta de composição do Governo”, adiantou Luís Montenegro.

Neste curto encontro com Ursula von der Leyen, o primeiro ato oficial após a indigitação do Presidente da República, Luís Montenegro partilhou “alguns dos pontos de vista que [o] preocupam e motivam também em termos de governação para os próximos tempos”, segundo indicou aos jornalistas.

O responsável garantiu ainda ter assegurado “toda a participação de Portugal na UE”.

“Não temos nenhuma dúvida sobre o papel que nos cabe desempenhar no seio da União, da construção de uma Europa mais unida, mais coesa do ponto de vista social, com a capacidade de dar aos cidadãos a maior qualidade de vida, de ter um crescimento econômico que garanta também que o Estado social não é posto em causa, com a abordagem de outros temas que são importantes do ponto de vista hoje, do apoio à Ucrânia [face à invasão russa], que também é sempre encarámos sem nenhum tipo de reserva”, adiantou.

Luís Montenegro disse ter transmitido à responsável da comissão “questões específicas, como tentar recuperar os atrasos que há na execução do PRR”.

“Foi uma das matérias que esteve em cima da mesa na conversa que tivemos hoje e que será um ponto fundamental da nossa ação depois de assumirmos o Governo. Às vezes, dá-se um panorama muito otimista sobre alguns dossiês e esse é um deles, [mas] a verdade é que há atrasos que nunca foram recuperados e há também o desejo que tenho de podermos usar esse impulso de financiamento para podermos dinamizar a nossa atividade econômica por forma a termos um ciclo de crescimento mais duradouro e podermos atrair e reter talento em Portugal”, elencou.

Luís Montenegro comprometeu-se ainda, “enquanto novo Governo, a incrementar uma capacidade de execução maior do que aquela que Portugal teve nos últimos anos e, portanto, por via disso, ter um relacionamento muito estreito com a Comissão Europeia”.

 O Presidente da República considerou hoje “importante para o país” que Luís Montenegro tivesse ido hoje a Bruxelas já como primeiro-ministro indigitado, indicando que foi o líder do PSD que “pediu que isso acontecesse”.

“Era importante para o país que o primeiro-ministro indigitado participasse hoje em Bruxelas como futuro primeiro-ministro, se vier a formar Governo, em reuniões importantes”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O 19.º presidente do PSD vai assumir a liderança do Governo – nove anos depois de o partido ter deixado o poder, em 2015 – sem ter tido experiência executiva, embora já tenha dito publicamente que recusou por três vezes ocupar cargos no Governo (com Santana Lopes e duas com Passos Coelho) por razões familiares.

Luís Filipe Montenegro Cardoso de Morais Esteves, 51 anos, nasceu no Porto, mas viveu sempre em Espinho (Aveiro) e é advogado de profissão.

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