Da Redação
Com Lusa
Durante sua tomada de posse, o presidente reeleito da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) enumerou vários constrangimentos, que vê como desafios, ao desenvolvimento sustentável do setor do Turismo até aqui alcançado.
Perante uma plateia de vários empresários, ex-secretários de Estado do Turismo e da atual governante, embaixadores, associações homólogas, entre outros, Pedro Costa Ferreira – que foi reeleito pela terceira vez para um mandato de três anos – começou por enumerar “a desigualdade fiscal internacional” que “continua a debilitar o crescimento dos eventos em Portugal”, bem como “as medidas de restrição à operação turística em Lisboa”, que “continuam a colocar em dúvida um ambiente cosmopolita, de maior bem-estar e de maior desenvolvimento econômico que foi alcançado, mas que não está assegurado”.
O “estrangulamento do aeroporto” em Lisboa também não foi esquecido, uma preocupação recorrente de vários agentes de muitos setores turísticos diferentes. “Estrangulamento” esse que, para Pedro Costa Ferreira, “representa o estrangulamento do próprio negócio” dos agentes de viagens.
Entre as preocupações da APAVT enumeram-se ainda “o novo regulamento europeu de proteção de dados”, a “imperiosa necessidade” de se criar e acompanhar estatísticas que ajudem o setor a gerir o curto prazo e a traçar estratégias de longo prazo, bem como a formação das pessoas.
Queixa já antiga – desde que comissões como as da TAP, por exemplo, passaram a 0% – tem sido também o que os agentes de viagens apelidam de “degradação das condições de venda das passagens aéreas, consequência de uma relação menos fácil com as companhias aéreas em geral e com a IATA [a associação internacional das companhias aéreas], facto que não deixa ninguém indiferente e, mais do que isso, não deixa ninguém tranquilo”, afirmou o responsável.
Pedro Costa Ferreira sublinha que é necessário “espelhar na economia e no país a importância do turismo, bem como a importância das agências de viagens enquanto motores da internacionalização e de um país mais cosmopolita”.
Ainda assim, em termos associativos, o presidente da APAVT acredita que o “grande tema dos próximos anos” deverá ser o acompanhamento a fazer da implementação da nova diretiva europeia relativa às viagens organizadas, naquilo que antevê que possa ser um “brutal aumento das responsabilidades” com que estes agentes passarão “a conviver a partir de julho” deste ano.
O responsável terminou o seu discurso lembrando que a direção da APAVT manterá o rumo de “diálogo construtivo, sério e aberto, de quem sabe que defende interesses legítimos, mas de quem tem consciência de que há mais interesses igualmente legítimos em presença, alguns conflituantes”.
“Esta forma de estar será o nosso cartão-de-visita para a tutela, para membros da cadeia de valor, para sindicatos e para associações congêneres”, afirmou, acrescentando ainda o trabalho que quer continuar a desenvolver e consolidar, entre outros, com “tantos e tantos países, facilitando o desenvolvimento dos fluxos turísticos nos dois sentidos”, nomeadamente no âmbito dos países da América latina e caraíbas, bem como da lusofonia.