Basílio Horta defende maior intercâmbio luso-brasileiro na tecnologia
Da Redação Portugal Digital
Portugal deverá exportar para o Brasil mais do que azeite, vinho e bacalhau, e para alterar o atual quadro das relações com o Brasil as empresas portuguesas poderão ter no setor tecnológico um importante aliado. Essa é a convicção manifestada por Basílio Horta, presidente da Aicep, a entidade estatal que promove as exportações lusas e a captação de investimentos para Portugal. Basílio Horta disse em entrevista ao "Jornal do Commercio" que as relações econômicas luso-brasileiras "têm um largo espaço para aumentar, tanto quantitativamente quanto qualitativamente". "À exceção de alguns minerais e alguns produtos derivados do petróleo, fundamentalmente exportamos vinho, bacalhau e azeite. Isso não corresponde ao Portugal de hoje. O nosso primeiro item de exportação é instrumentos e aparelhos de alta e média intensidade tecnológica", destacou o responsável pela promoção econômica de Portugal no exterior. Indicando que é preciso conseguir maior complementaridade entre Portugal e Brasil na área tecnológica, Basílio Horta acredita que há potencial por explorar. "Nossas exportações para Angola, por exemplo, crescem mais de 25% ao ano. Mesmo para o Brasil, nossas exportações têm crescido ao ritmo de percentual elevado, mas quantitativamente é modesto, diante do potencial que os dois países têm", disse na entrevista. "Se fazemos com outros países, por que não fazer com um país irmão? O fato de falarmos a mesma língua deve nos unir e não nos afastar. Creio que temos muitas possibilidades, não só de aumentar o ritmo, mas de redirecionar o nosso relacionamento. Portugal deixou de ser um país de mão-de-obra intensiva e barata para ser um país em que há tecnologia, inovação, conquista de novos mercados, enfim, um todo, um ímpeto de modernidade que destoa da imagem que os brasileiros ainda pensam que é", afirmou Basílio Horta. Para o presidente da Aicep, porém, é importante não acabar com a exportação de produtos tradicionais. "O que eu digo é que não devemos nos satisfazer com isso. É uma exportação quase cultural, para a nossa comunidade luso-brasileira. Devemos incentivar isso. Nenhuma iniciativa na área de bacalhau-azeite-vinho deixará de ter o nosso apoio", garantiu Basílio Horta. A Aicep atua no Brasil com um escritório em São Paulo, "herdado" do tempo em que era do Icep, que promovia as exportações portuguesas até ser extinto no ano passado, para ser fundido com a API (agência para promoção de investimentos). Segundo Basílio Horta, na América Latina, Portugal está também interessado no Chile, na Argentina e no Uruguai, que merecerá "uma atenção especial".
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