Presidente adiou deslocações e terá audiências até às eleições

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Da Redação com Lusa

O Presidente português confirmou nesta quarta-feira que adiou as deslocações ao estrangeiro que tinha previstas para janeiro, ao Dubai e a Moçambique, e adiantou que no período até às eleições terá sobretudo audiências.

Após discursar numa conferência sobre regionalização em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre as viagens que iria realizar nesta semana ao Dubai, para visitar a Expo 2020, e entre 20 a 23 de janeiro a Moçambique e disse que “foram adiadas, ambas”.

Interrogado sobre como será a sua agenda neste período de pré-campanha e durante a campanha oficial para as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro, o chefe de Estado respondeu que tem estado ocupado sobretudo com audiências, e que assim irá continuar.

“Há uma série de entidades importantes, reguladores, que eu tenho recebido, como o presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), periodicamente o senhor governador do Banco de Portugal. Portanto, aproveito estas semanas — também já só faltam 15 dias — precisamente para me informar, recolher elementos e responder a pedidos de audiência de várias entidades”, declarou.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que nos últimos dias recebeu também no Palácio de Belém as novas direções da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).

Voto antecipado

O Presidente português considerou que a pré-campanha para as eleições legislativas está a ser muito esclarecedora, dando os parabéns por isso à comunicação social e aos partidos, e afirmou esperar “uma subida muito apreciável do voto antecipado”.

“Tem havido debates muito esclarecedores, muito amplos, como nunca houve em tempo pré-eleitoral. A comunicação social está de parabéns, mas também os protagonistas partidários, os partidos políticos e seus dirigentes”, elogiou.

Segundo o chefe de Estado, no atual contexto, “o grau de esclarecimento é muito grande e as pessoas podem perfeitamente ponderar a vantagem de antecipar o voto, e com isso antecipar também situações sanitárias, mas até do ponto de vista da gestão do seu tempo para participação política terem uma opção alternativa que é atraente”.

Questionado se ainda há tempo para se encontrar uma solução para o voto das pessoas em isolamento devido à covid-19 nas legislativas de 30 de janeiro, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “Eu sei que os partidos estão a falar, que o Governo está a preparar. Também se está à espera do parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR), que está iminente. Portanto, tenho a esperança de que nos próximos dias o processo possa andar”.

Interrogado sobre a notícia de que as autoridades espanholas se preparam para começar a tratar a covid-19 em termos semelhantes aos da gripe e se Portugal deve fazer o mesmo, o Presidente da República remeteu a questão para as autoridades sanitárias portuguesas.

“Eu nunca tomei a iniciativa de me pronunciar sobre questões concretas de decisão das autoridades sanitárias. Elas ponderarão e decidirão se a situação portuguesa é igual ou diferente da situação espanhola”, disse.

Em Portugal, desde março de 2020, já morreram mais de 19 mil pessoas com covid-19 e foram contabilizados até agora mais de um milhão e 600 mil casos de infecção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

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