Presidenciais: Projeções apontam para abstenção entre 50% e 60% em Portugal

Da Redação
Com Lusa

A taxa de abstenção nas eleições presidenciais deste domingo deverá ficar entre os 50% e os 60%, de acordo com as previsões avançadas às 19:00 pelas televisões portuguesas.

A sondagem da Universidade Católica para a RTP dá uma taxa de abstenção entre os 50% e os 55%, a projeção da TVI (Pitagórica) antecipa uma taxa de abstenção entre os 54,5% e os 58,5%, as previsões do ICS/ISCTE/ GFK Metris para a SIC apontam para um intervalo entre os 56% e os 60% e a projeção da CMTV antecipa números entre os 54% a 58%.

A confirmarem-se estas projeções, à exceção da sondagem da Universidade Católica para a RTP, estas serão as eleições presidenciais com a mais elevada taxa de abstenção, ultrapassando a das eleições de 2011, que reelegeram Cavaco Silva, em que 53,56% dos eleitores optaram por não ir às urnas, embora o universo tenha subido substancialmente. Em 2016, o número de eleitores inscritos no estrangeiro era de 228.822 e este ano esse número subiu para 1.550.063.

Nas anteriores presidenciais votaram 4,7 milhões de eleitores em 9,6 milhões de inscritos, que deram a vitória a Marcelo Rebelo de Sousa, com 52% de votos à primeira volta, contra Maria de Belém Roseira, Sampaio da Nóvoa, Edgar Silva, Marisa Matias, Vitorino Silva, Henrique Neto, Cândido Ferreira, Paulo Morais e Jorge Sequeira.

No pós-25 de Abril de 1974, a reeleição de Cavaco Silva, com 52,95% dos votos, confirmou a tendência para uma maior abstenção quando se trata de um segundo mandato, situando-se em 53,56%.

Antes desta reeleição, o “recorde” da taxa de abstenção em presidenciais tinha sido registrado no segundo mandato de Jorge Sampaio, em janeiro de 2001, com 50,29% de abstencionistas.

Mas 2016 veio ocupar o segundo lugar no “pódio” das taxas de abstenção, registando-se 51,34% de abstencionistas num sufrágio que elegeu há cinco anos o sucessor de Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa.

Em 1991, nas quartas presidenciais e também numa reeleição, a do antigo Presidente da República Mário Soares, a abstenção já tinha sido a mais elevada até então, 37,8%.

A exceção à “regra” de maior abstenção numa reeleição é protagonizada pelo general António Ramalho Eanes, que foi reeleito em 1980 num escrutínio que registou a menor percentagem de abstencionistas, cerca de 15%.

Esta foi, aliás, a eleição presidencial mais concorrida de sempre, com uma participação de 84,39% dos eleitores inscritos.

Por três vezes, a abstenção situou-se na casa dos 30 por cento: 37,84% na reeleição de Mário Soares, em 1991; 33,71% na primeira eleição de Jorge Sampaio, em 1996, e 38,47% no sufrágio ganho por Aníbal Cavaco Silva, em 2006.

Nos restantes atos eleitorais, a abstenção variou entre os 24,53% quando Ramalho Eanes se tornou o primeiro presidente eleito por sufrágio universal, em 1976, e os 24,62% e 22,01%, na primeira e segunda voltas, respetivamente, da votação em 1986, que elegeu pela primeira vez Mário Soares.

A eleição de hoje será o primeiro sufrágio nacional realizado em contexto de pandemia da covid-19, com consequências ainda desconhecidas na participação eleitoral.

Para evitar uma abstenção “forçada” pelo confinamento, o ministério da Administração Interna previu o voto antecipado para eleitores em confinamento obrigatório e a recolha dos votos decorreu nos dias 18 e 20.

Contudo, os eleitores que tiveram diagnóstico de infecção pelo novo coronavírus depois do dia 14 já não se puderam inscrever para votar, uma limitação prevista numa lei aprovada em outubro.

Encerrado

As assembleias de voto para as eleições presidenciais encerraram às 19:00 de hoje em Portugal Continental e na Madeira, fechando uma hora depois nos Açores, devido à diferença horária.

Mais de 10,8 milhões de eleitores foram chamados a escolher o novo Presidente da República, sendo sete os candidatos aceites a sufrágio.

As projeções da RTP, SIC e TVI apontam para uma vitória de Marcelo Rebelo de Sousa nas presidenciais, com a socialista Ana Gomes em segundo e André Ventura, do Chega, em terceiro.

Com estes resultados, em que Marcelo tem mais de 50%, o atual Presidente da República ganha as eleições à primeira volta, de acordo com estas três projeções.

Os sete candidatos apareceram no boletim de voto pela seguinte ordem: Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

Para o sufrágio deste domingo estavam inscritos 10.865.010 eleitores, mais 1.208.536 do que nas eleições presidenciais de 2016.

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