Da redação
Com Lusa
Os deputados do PSD eleitos pela Madeira classificaram como “vergonhosos” e “inaceitáveis” os preços das viagens aéreas que a TAP está a praticar na Páscoa entre a ilha e o continente português.
Numa iniciativa junto ao Aeroporto Internacional da Madeira – Cristiano Ronaldo, o deputado Paulo Alves adiantou que o objetivo da ação partidária era “denunciar a vergonha dos preços que estão a ser praticados” nas viagens aéreas.
As viagens para a Madeira têm, nesta altura, custos na ordem dos 600 euros quando habitualmente ficam na ordem dos 100 euros.
Na opinião do deputado social-democrata, esta é “uma situação absolutamente inaceitável”, sublinhando que “o Governo e a TAP estão a atingir o limite da decência e, os madeirenses, estão a atingir o limite da paciência” nesta matéria.
O parlamentar recordou que o partido “tem denunciado” esta situação dos altos preços e do sistema de apoio social de mobilidade nos últimos quatro anos, mas “o Governo da República não tem feito nada para alterar quer os preços, quer o sistema”.
Para Pulo Neves, a responsabilidade deve ser atribuída ao primeiro-ministro e aos partidos que apoiam o executivo nacional (BE e PCP) pelo “arrastar” desta situação.
Paulo Neves salientou que o executivo madeirense “tem feito tudo para minimizar” o problema, adiantando o subsídio de mobilidade e facilitando a burocracia.
O deputado ainda indicou que o partido entregou na Assembleia da República duas perguntas regimentais dirigidas ao Governo.
Na primeira, questionam se o Governo da República” tem consciência dos preços que estão a ser praticados, nesta linha, concretamente agora, na altura da Páscoa”, perguntando na outra o que “tenciona fazer” sobre o assunto.
Os deputados sociais democratas da Madeira realça que a situação das ligações fica ainda agravada, “de forma inaceitável”, porque a TAP “decidiu não reforçar, este ano, o seu número de voos para a Madeira nesta quadra, ao contrário do que sucede sempre que existem alturas especiais”.
Governo
O presidente do Governo Regional da Madeira anunciou dia 14 que o seu executivo quer adotar um regime que permita aos residentes no arquipélago comprar voos para o continente por um preço máximo de 86 euros.
“O que nós vamos fazer é avançar rapidamente para ver se, antes do verão, conseguimos montar um sistema semelhante àquele que montamos para os estudantes, no sentido de os madeirenses só pagarem 86 euros”, afirmou Miguel Albuquerque, adiantando que o montante necessário para pagar o restante até ao teto máximo de 400 euros será feito “através de um fundo”.
Em declarações ao grupo RTP-Madeira, Miguel Albuquerque reconheceu, no entanto, que tem receio do que o Governo da República possa decidir, já que a região precisa de uma autorização do executivo de António Costa e da colaboração dos CTT.
“O que nós receamos é que nós precisamos da colaboração dos Correios para o fazer e precisamos de uma autorização do Governo da República e, portanto, vamos avançar com o sistema e vamos tentar antes do verão concretizá-lo. E a única coisa que o pode impedir é a autorização do Governo da República ou a influência que o Governo da República pode ter nos CTT”, disse.
Desde novembro de 2018 que o executivo insular tem ativo o programa ‘Estudante Insular’ que permite quatro viagens de ida e quatro de volta aos estudantes madeirenses no continente português por 65 euros, pagando a região o remanescente, até ao teto máximo de 400 euros.
Miguel Albuquerque voltou a criticar os preços da TAP, afirmando estar “em rédea livre” e “a praticar preços inqualificáveis”, classificando o que se passa em termos de valores “como um desaforo aos madeirense e à economia regional”.