Da Redação
Com Lusa
O movimento cívico Cidadania Lx apelou ao primeiro-ministro que solicite uma avaliação “urgente” sobre segurança estrutural do Palácio da Ajuda, tendo em conta as escavações e demolições em curso, com vista à obra de remate do edifício.
“No seguimento do que se observa desde a Calçada da Ajuda, e considerando a total falta de informação ao público acerca do que se passa com as escavações e as demolições em curso no Palácio nacional da Ajuda, com vista à obra do chamado ‘remate do Palácio’, apelamos a vossa excelência, senhor primeiro-ministro, que solicite ao Ministério da Cultura uma avaliação, urgente, por parte do Laboratório de Engenharia Civil, à segurança estrutural do Palácio”, lê-se no apelo remetido a António Costa.
De acordo com o movimento de cidadãos, as últimas intervenções técnicas para travar os imprevistos subsequentes às demolições efetuadas não asseguram a estabilidade da estrutura pondo, por isso, em causa a segurança da ala poente do Palácio da Ajuda.
“Não se questionando as opções técnicas dos responsáveis pela fiscalização e acompanhamento do projeto, estranha-se que durante a obra se tenha procedido ao desmonte sem processos de entivação (revestimentos para evitar desmoronamentos) e contenção e que, após a conclusão ou suspensão da mesma, se tenha constatado o desprendimento de alvenarias, inclinações de vigas e pilares e o recurso a guincho de desmonte, em regime que aparenta de emergência de algumas construções”, sublinha a mesma fonte.
O movimento refere ainda que se procedeu ao revestimento de perfis expostos e fundações, temendo que essa reação tenha sido tomada devido ao assentamento de elementos, lavagem ou alteração dos solos de fundação e deslizamentos sequentes a ruturas de canos, chuvas e alagamentos.
“Receamos, por alguma ocorrência grave a curto-prazo, com efeitos irreversíveis no Palácio da Ajuda, o que a verificar-se seria crime de lesa-patrimônio pelo próprio Estado”, concluiu.
A primeira pedra do Palácio Nacional da Ajuda foi colocada em novembro de 1795, mas o edifício – um dos maiores palácios da Europa – nunca chegou a ser concluído.
Ao longo de 200 anos foram vários os projetos arquitetônicos para o edifício, sendo agora finalizado com uma “fachada contemporânea e de linhas verticais”, como descreveu o arquiteto João Carlos Santos.