Portugueses discutem o topo dos aumentos para 2009

Mundo Lusíada Com agências

O ano novo vai trazer um aumento generalizado do preço de bens essenciais. Com a inflação prevista pelo governo português em 2,5% para 2009, o custo de alguns produtos e serviços podem aumentar ainda mais. A energia e o pão estão entre os principais no topo dos aumentos para 2009, segundo informações divulgadas pela RTP.

O pão será um dos que sofrerá um aumento generalizado a partir de janeiro. Segundo a Associação de Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares, qualquer empresa “responsável” terá de efetuar um aumento nunca inferior a 5% devido ao aumento das despesas dos panificadores com energia e combustíveis. Por outro lado, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) criticou o aumento do preço do pão. Segundo o órgão, é “inaceitável” um aumento de 5% já que o valor pago pelos cereais baixou 40%, tendência também seguida pelos combustíveis. Em comunicado, a CAP pediu "a intervenção da Alta Autoridade para a Concorrência e dos organismos que tenham tutela sobre esta matéria no sentido de verificarem a irracionalidade do aumento".

Na área da energia, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) confirmou que o aumento para o próximo ano será de 4,9%, salvaguardando os clientes domésticos que sofrerão um agravamento no preço da luz em 4,3%. Segundo a entidade, o déficit desta diferença entre os custos de produção e as tarifas pagas será de mais de dois bilhões de euros, prejuízo que deverá ser pago pelos clientes nos próximos 15 anos.

No entanto, para carnes e legumes não estão previstos aumento de preços nos primeiros meses de 2009. Segundo o Observatório dos Mercados Agrícolas e das Importações Agro-alimentares, a manutenção dos preços das matérias-primas permitirá que não haja aumentos nem na carne, frutas, legumes ou leite.

Para o professor de economia da Universidade Católica, João César das Neves, o “aumento do preço dos alimentos e da energia, logo que seja retomado, vai levar a que a inflação [em Portugal] volte a subir, mas sem efeitos dramáticos para o país”, disse em declarações à agência Lusa. Especialistas prevêem que até o verão do próximo ano, a inflação continue a desacelerar e que no final de 2009 se registre uma ligeira tendência de subida. Quando os indicadores da economia mundial acalmarem, a inflação voltará a subir para valores dentro dos parâmetros definidos pelo Banco Central Europeu (BCE), e em 2010, a inflação poderá regressar para a casa dos 2%.

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