Portugueses descobrem caminho para tratamento de leucemia infantil

Da Redação
Com Lusa

Jogador do Zenit de São Petersburgo Bruno Alves (R) e os jogadores do Real Madrid, Cristiano Ronaldo (CR) e Pepe (L) tiram uma foto com uma criança internada no Instituto de Oncologia do Porto, em Porto, 14 de outubro. Uma comitiva da seleção nacional de futebol liderado pelo presidente Fernando Gomes, acompanhado pelo treinador Paulo Bento e os jogadores Cristiano Ronaldo, Pepe e Bruno Alves visitaram o Instituto Português.
Foto Arquivo: Jogadores Bruno Alves (R), Cristiano Ronaldo (CR) e Pepe (L) tiram uma foto com uma criança internada no Instituto de Oncologia do Porto.

Uma equipe de investigadores portugueses descobriu como travar a evolução de um tipo de leucemia frequente nas crianças, através da utilização de um composto farmacológico, abrindo portas ao desenvolvimento de uma terapêutica alternativa à existente atualmente.

O trabalho foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, sob a coordenação de João Taborda Barata, com “resultados bastante promissores no que respeita ao potencial desenvolvimento de uma terapêutica alternativa para tratamento da leucemia linfoblástica aguda de células T (LLA-T), um tipo de leucemia bastante frequente em crianças”, revela o instituto.

Publicada na revista científica Oncogene, a investigação estudou o papel da proteína ‘CHK1’ em doentes e concluiu que esta se encontra ‘hiperativada’, permitindo a viabilidade das células tumorais e a proliferação da doença.

“Demonstramos que a expressão do gene CHK1 está aumentada neste tipo de leucemia. O curioso é que o CHK1 serve como uma espécie de travão para a multiplicação celular, mas acaba por ajudar as células leucêmicas porque as mantém sob algum controle. Se inibirmos o CHK1 as células tumorais ficam tão ‘nervosas’ – o que chamamos de ‘stress replicativo’ – que acabam por morrer”, explica João Barata.

Deste modo, o CHK1 constitui “um novo alvo molecular para potencial intervenção terapêutica em leucemia pediátrica”, acrescenta.

A equipe de investigadores utilizou um composto farmacológico (PF-004777736) para inibir o gene CHK1 e verificou que o composto induzia a morte de células de LLA-T (leucemia linfoblástica aguda de células T), sem afetar as células T normais.

A investigação conseguiu assim observar que a utilização daquele composto farmacológico é capaz de interferir na proliferação das células afetadas e de interromper o seu ciclo de vida, diminuindo o desenvolvimento da doença.

Apesar de este tipo de leucemia ser um câncer que apresenta grande sucesso terapêutico nas crianças, os efeitos secundários resultantes das terapias atuais são bastante consideráveis.

A LLA- T é um câncer do sangue (tumor líquido) especialmente frequente em crianças e que se carateriza por um aumento descontrolado do número de linfócitos T (glóbulos brancos), as células do sistema imunitário responsáveis por identificar e combater agentes externos causadores de infeção.

A incidência de LLA em geral é relativamente similar na Europa e nos Estados Unidos da América, com um caso em cada 50.000 habitantes, sendo mais frequente no sexo masculino do que no sexo feminino e apresentando dois picos de incidência: dos dois aos cinco anos e após os 50 anos de idade.

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