Portuguesa mobilizou mais de 12 mil nas redes sociais em “jogo imaginário”

Estádio do Canindé. Foto Arquivo: José Cunha

Com gols de Dener, Ivair e Marco Antonio, a Portuguesa venceu o novo coronavírus por 3 a 2; ingressos ainda estão a venda e serão revertidos em doações a moradores de rua.

 

Da Redação

A Portuguesa foi pioneira entre os clubes brasileiros e realizou no fim de semana uma partida imaginária contra a COVID-19. O time rubro-verde fez uma transmissão online direto do estádio do Canindé, que estava de portões fechados e com as arquibancadas vazias.

O narrador Gomão Ribeiro e o comentarista Luiz Nascimento apareciam sozinhos e distantes nas cabines. O também comentarista Antônio Quintal, que integra o grupo de risco, participava de casa. Eles transportavam o público para dentro do Canindé por meio da imaginação, destacando figuras conhecidas como o maestro e lusitano ilustre João Carlos Martins.

Assista na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=_xeD92ar3HE

O cheiro da fumaça da churrascaria ao lado, o vendedor de tremoço, a bateria da Leões da Fabulosa e a tradição da torcida de mudar de lado na arquibancada no intervalo foram lembrados. Torcedores comentavam em tempo real, nas redes sociais, emocionados com as lembranças.

A equipe teve duas escalações, uma em cada tempo, eleitas pelos torcedores em votação online. As duas foram exibidas por meio de ilustrações feitas pelo cartunista e torcedor lusitano Paulo Batista. Na primeira etapa, foram a campo Felix; Djalma Santos, Emerson, César e Zé Roberto; Capitão, Enéas e Dener; Rodrigo Fabri, Ivair e Julinho Botelho.

A cada lance, narrador e comentarista lembravam histórias e momentos marcantes dos craques vestindo a camisa da Portuguesa. Ivair, o “Príncipe”, abriu o placar. A COVID-19 empatou em um momento de “excesso de confiança”. Mas Dener recolocou a equipe à frente.

O gol de Dener, aliás, foi narrado com base no antológico marcado pelo camisa 10 em 1991 contra a Inter de Limeira. Um lance em que Dener driblou todo o time adversário. No intervalo, a Lusa mudou de time e surgiu para o segundo tempo com uma nova escalação.

Clemer; Zé Maria, Luis Pereira, Marinho Peres e Marcelo Cordeiro; Badeco, Toninho e Marco Antônio; Leandro Amaral, Paulinho McLaren e Pinga. Esse foi o esquadrão que, também pelo excesso de confiança, tomou um gol logo no início da etapa final.

O placar apertado e o jogo duro foram uma alusão à batalha que o mundo trava contra o novo coronavírus. A todo momento, Gomão Ribeiro e Luiz Nascimento reforçavam a necessidade de a torcida ter paciência e perseverança enquanto a pandemia não passa efetivamente.

A responsabilidade social, inclusive, esteve presente na escalação da COVID-19. Cada posição simbolizava uma contra-indicação da Organização Mundial da Saúde, como “não lavar as mãos”, “tossir/espirrar sem proteção”, “idoso na rua” e até “fazer churrasco com os amigos”.

A Portuguesa venceu a partida no último minuto, com um golaço do meia Marco Antônio, semelhante àquele marcado pelo camisa 10 no título da BarceLusa em 2011. A transmissão terminou em tom de emoção e gratidão à torcida rubro-verde.

Mesmo porque ingressos virtuais foram colocados a venda nas redes sociais ao valor de R$ 5,00. Metade da renda será destinada aos funcionários do clube, paralisado em meio à quarentena, e metade será revertida em doações para a Missão Eucarística Voz dos Pobres.

O movimento católico atua no auxílio a moradores em situação de rua e famílias em vulnerabilidade social na cidade de São Paulo. Os ingressos ainda estão a venda e ficar disponíveis até esta terça-feira (28) pelo site: http://www.portuguesa.com.br/contracovid/

A transmissão do jogo imaginário reuniu mais de 12 mil torcedores, que assistiram à partida simultaneamente. O número é seis vezes superior à média de público da Lusa na Série A2, que vinha sendo a maior do campeonato. “Um sucesso no pioneirismo, na emoção e na ação social” destacou o clube.

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