Da Redação
A renomada coreógrafa e bailarina portuguesa Vera Mantero apresenta no Brasil o espetáculo “Os Serrenhos do Caldeirão”. A apresentação está acontecendo desde dia 1º e vai até 8 de março em Goiânia e Brasília.
Inédito em Brasília e considerado como um dos dez melhores espetáculos de dança apresentados no Brasil em 2014, “Os Serrenhos do Caldeirão” utiliza tanto vídeos captados pela artista como material recolhido pelo etnomusicólogo Michel Giacometti, em Portugal, durante os anos 1960 e 70.
O espetáculo foi criado em 2012 e elaborado no âmbito do festival Encontros da DeVIR, em torno da desertificação/desumanização da Serra do Caldeirão, no Algarve, em Portugal.
Baseando-se no trabalho em filme de Michel Giacometti, as imagens projetadas durante o espetáculo acabam por ser “um olhar sobre a sua preciosa recolha e sobre práticas de vida tradicionais e rurais em geral”. Segundo Mantero, “este espetáculo é uma viagem etnológica e um olhar sobre práticas de vida tradicionais e rurais numa ficção antropológica”.
Além do patrocínio da Direção Geral das Artes (Secretaria de Estado da Cultura de Portugal), conta com o apoio da Embaixada de Portugal no Brasil e do Centro Cultural Português (CCP) de Brasília / Camões I.P.
Vera Mantero, coreógrafa e bailarina, nasceu em Lisboa em 1966. Começou a sua careira em 1987 e desde 1991 tem mostrado o seu trabalho por toda a Europa, Argentina, Brasil, Canada, Correia do Sul, EUA e Singapura.
Para o historiador e filósofo José Gil, um dos principais críticos da dança contemporânea na atualidade, Vera Mantero é: “a principal manifestação da dança contemporânea portuguesa”. José Gil fala ainda da relação da apresentação com outras expressões artísticas como o cinema e o canto. “A apresentação Serrenhos do Caldeirão não trata-se especificamente de um espetáculo de dança embora Vera tenha sua principal formação na dança contemporânea. Ela chama o trabalho de ‘exercício de antropologia ficcional’. Com isso, a artista quer chamar a atenção especialmente para o aspecto documental da obra do artista plástico Alberto Giacometti sobre trabalhadores da região do Algarve onde ela encontra uma intersecção entre a dimensão estética e os meios de produção elementares da vida em sociedade. Por isso ela utiliza o canto (a artista canta fados durante a execução do trabalho) como uma homenagem às imagens que são exibidas na apresentação” observa José Gil.
SERVIÇO
“Os Serrenhos do Caldeirão, Exercícios em Antropologia Ficcional”
6 de março – SESC Centro (Mostra Manga de Vento) | Goiânia/Goiás
Rua 15, esquina com a rua 19 – Centro
Telefone: (062) 3933-1700
7 e 8 de março – Teatro Plínio Marcos (FUNARTE) | Brasília/Distrito Federal
Local: Eixo Monumental Setor de Divulgação Cultural – Lote II (entre a Torre de TV e o Clube do Choro) , Brasília
(61) 3322-2076