Da Redação
Com Lusa
O ex-futebolista internacional português Luís Figo anunciou, em 28 de janeiro, que vai candidatar-se à presidência da FIFA, cujas eleições estão marcadas para 29 de maio.
O mais internacional dos jogadores portugueses, que relevou a sua intenção numa entrevista à televisão norte-americana CNN, é o sexto a manifestar interesse, depois Joseph Blatter, atual presidente, Michel van Praag, presidente da federação holandesa, David Ginola, ex-jogador francês, Jerome Champagne, candidato independente francês, e Ali bin Al Hussein, vice-presidente da FIFA.
“Eu preocupo-me com o futebol, e não gosto do que tenho visto em relação à imagem da FIFA não só, mas nos último anos”, afirmou o antigo jogador de Sporting, Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão, de 42 anos.
Ele também se pronunciou na rede social. “Estou encantado por anunciar a minha candidatura à presidência da FIFA. O futebol me deu tanta coisa durante a vida e agora quero devolver-lhe algo”.
Má Imagem
Figo justificou a sua decisão na vontade de mudar o que entende ser a má imagem do organismo. “Preocupo-me com o futebol e não gosto do que vejo em relação à imagem da FIFA, não apenas agora, mas nos últimos anos”, começou por dizer Figo, de 42 anos, numa entrevista à cadeia televisiva CNN.
Luís Figo revelou ter tomado a decisão de concorrer à presidência do organismo quando se soube da investigação à atribuição dos Mundiais de futebol à Rússia (2018) e ao Qatar (2022) e ao que aconteceu posteriormente. “Depois desse momento e do relatório [de Michael Garcia, da Comissão de Ética do organismo] que não foi publicado, foi o momento em que decidi que algo tinha que ser feito”, justificou o antigo jogador, aludindo às fortes suspeitas de corrupção no processo.
Figo não compreende porque não foram divulgadas as conclusões na sua totalidade: “Se és transparente e pedes uma investigação, um relatório, do qual não há nada a esconder, por que não se torna público esse relatório? Se não tens nada a escoder, tens de o publicar”, sublinhou. Na sua opinião, publicar o relatório “era a coisa mais fácil de fazer se toda a gente duvida do que aconteceu”.
O mais internacional dos futebolistas portugueses (127 jogos) lembrou ainda a reação dos adeptos no Mundial2014 do Brasil, onde esteve, com a imagem do organismo a ser abalada e disse que “algo terá que mudar: na liderança, na governabilidade, na transparência”.
Figo, que se formou no Sporting e terminou a carreira no Inter Milão, depois de passar por FC Barcelona e Real Madrid, indicou que preenche os critérios de elegibilidade da FIFA, contando com o apoio de pelo menos cinco federações e com o fato de se ter mantido ligado ao futebol nos últimos anos. “Nos últimos anos desempenhei várias funções no Inter Milão, com a seleção portuguesa e na UEFA”, sublinhou.
O antigo jogador, que já foi Bola de Ouro (1999) e melhor jogador do Mundo da FIFA (2000) – antes dos prêmios serem unificados – revelou também que a prioridade é “saber o que as federações precisam” e “aumentar a solidariedade e os pagamentos às federações”.
A possibilidade de enfrentar Joseph Blatter não assusta o ex-jogador, com Figo a salientar que “ninguém é invencível” e que “é um desafio fantástico” convencer as pessoas para que o sigam e que o apoiem.