Da Redação
Com Lusa
O Vaticano anunciou que Portugal vai receber em 2022 as Jornadas Mundiais da Juventude, o maior evento organizado pela Igreja Católica.
O anúncio foi feito na missa de encerramento das JMJ, que terminou dia 27 na Cidade do Panamá, presididas pelo papa Francisco, pelo prefeito do dicastério, Kevin Joseph Farrell, organismo do Vaticano que organiza as JMJ com um comitê local.
“Como disse o santo padre, temos agora de sair daqui e pôr em prática tudo o que aprendemos. E a próxima Jornada Mundial da Juventude terá lugar em Portugal”, afirmou, perante milhares de jovens peregrinos de todo o mundo, entre os quais algumas centenas de portugueses, cujo entusiasmo foi imediato, aplaudindo.
Na sua conta no Twitter, o papa escreveu: “A vocês, queridos jovens, um muito obrigado por #Panama2019. Continuem a caminhar, continuem a viver a fé e a compartilhá-la. Até Lisboa em 2022”.
Estiveram na missa o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, em representação do Governo, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e o embaixador de Portugal no Panamá, Pedro Pessoa e Costa.
O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e cinco bispos portugueses (das dioceses de Lisboa, Guarda, Coimbra, Braga e Bragança-Miranda), assim como outros padres portugueses concelebraram a eucaristia.
A escolha de Portugal e, concretamente, de Lisboa, era expectável.
Marcelo Rebelo de Sousa manifestou, por diversas ocasiões, o desejo de que as JMJ tivessem como palco a capital portuguesa, tendo sido convidado para estar na Cidade do Panamá pelo seu homólogo panamiano. O Presidente português expressou já uma “alegria incontida” com a escolha, destacando que a língua portuguesa falada em todo o mundo pesou na decisão.
“É uma alegria incontida e é começar a sonhar já e a projetar já o que se vai passar daqui a três anos e meio”, disse à agência Lusa Marcelo Rebelo de Sousa, na Cidade do Panamá.
“Acho que nós conseguimos, conseguimos todos, conseguimos nós portugueses, conseguiram naturalmente os católicos de Portugal, conseguiram os bispos católicos, conseguiu D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, mas conseguimos nós todos como povo e conseguimos nós que falamos português”, assinalou o chefe de Estado.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “foi muito importante um argumento essencial para esta decisão, o ser um país que pudesse abrir para vários continentes e, nomeadamente, para África, porque é o único continente que ainda não teve as Jornadas Mundiais da Juventude”.
“E entendeu-se – e bem – que Portugal, além de abrir para o continente americano e, obviamente, abrir para a Europa, abria para África, para a que fala português muitíssimo, e que vamos reunir em Lisboa, para aquela que não fala, mas também vai vir até Lisboa”, adiantou.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal ser o segundo país lusófono a receber as JMJ depois do Brasil, em 2013, “é o reconhecimento do peso da lusofonia, do mundo que fala português”.
“E, ao mesmo tempo, o peso de Portugal, o peso de Fátima, o peso do povo católico português”, declarou o Presidente português, para acrescentar: “Mas eu não escondo que a lusofonia e o falar-se português e o estar-se presente em todos os continentes em todo o mundo pesou na luta que foi muito difícil com outros candidatos a estas jornadas de 2022”.
Alegria em Lisboa
O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, expressou “muita alegria” com o anúncio, destacando a importância para a lusofonia da escolha.
“É com muita alegria que, como patriarca de Lisboa e um dos bispos de Portugal – porque isto é para nós todos – recebermos esta notícia de que será em Lisboa a Jornada Mundial da Juventude de 2022”, afirmou à agência Lusa Manuel Clemente.
“Também na esteira do último sínodo dos bispos que quis que déssemos protagonismo maior aos jovens na vida da Igreja, esta será uma ótima concretização”, continuou.
Segundo o cardeal-patriarca, “esta jornada em Lisboa deve-se, sobretudo, ao movimento grande dos jovens católicos de Portugal, que, de várias maneiras, de há uns anos a esta parte, têm pedido que haja um acontecimento assim em Portugal”.
“Será em Portugal, será, concretamente, em Lisboa, será para toda a lusofonia, com uma especial insistência para que venham os nossos irmãos lusófonos de África e de outras partes do mundo, também com certeza os nossos caríssimos irmãos brasileiros que estão sempre tão presentes com tanta força para que também em português se diga Jornada Mundial da Juventude”, acrescentou Manuel Clemente.
As JMJ são um encontro de jovens de todo o mundo com o papa, num ambiente festivo, religioso e cultural, que mostra o dinamismo da Igreja Católica. O maior evento da Igreja Católica foi criado pelo papa João Paulo II (1920-2005).