Da Redação
Com Lusa
Portugal vai ter que reaver quase dois milhões de euros de ajudas a agricultores nos Açores que Bruxelas considerou indevidas, segundo um acórdão proferido pelo Tribunal Geral da União Europeia (TGUE).
O TGUE negou provimento ao recurso de Portugal de uma decisão da Comissão Europeia que identificou falhas em controles administrativos e considerou ter havido financiamento de despesas agrícolas que não cumpriram as regras da UE.
A Comissão Europeia tinha notificado as autoridades portuguesas, em 2013, sobre deficiências verificadas nos controles feitos a despesas declaradas por Portugal na medida “Desenvolvimento Rural, investimentos FEADER – beneficiários privados” nos exercícios contabilísticos entre 2010 e 2014, no âmbito do Prorural – Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autônoma dos Açores 2007-2013.
Em novembro de 2016, Bruxelas decidiu que Portugal teria que reaver 1.990.810,3 euros de despesas declaradas por ter considerado não ter sido possível “avaliar devidamente a razoabilidade dos custos apresentados por três beneficiários do apoio relativo à competitividade dos setores agrícola e florestal que diz respeito a medidas destinadas a reestruturar e desenvolver o potencial físico e a promover a inovação através do aumento do valor dos produtos agrícolas e florestais”.
Portugal recorreu desta decisão e, agora, o TGUE negou provimento ao recurso, considerando que “a Comissão verificou, corretamente, que os pagamentos anteriores a 12 de setembro de 2011 que tinha identificado numa carta de setembro de 2014 eram suscetíveis de serem excluídos do financiamento da União”.
Por outro lado, o acórdão salientou que Bruxelas “apresentou provas de dúvida séria e razoável” sobre aos controles feitos pelas autoridades portuguesas.