Da Redação
Com Lusa
O Governo português vai disponibilizar uma verba de 200 mil euros para financiar bolsas de investigação em língua portuguesa no Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP), segundo um protocolo assinado na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Na cerimônia de assinatura do protocolo, em Lisboa, onde estiveram presentes responsáveis da CPLP, do IILP, do instituto Camões e o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, foram reconhecidas as dificuldades que o IILP tem enfrentado para desenvolver as suas atividades devido à falta de meios humanos e financeiros, e fizeram-se apelos a outros países para que sigam o exemplo português.
O presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, Luís Faro Ramos, adiantou que o programa vai estender-se ao longo de três anos, prevendo a atribuição de duas bolsas anuais a cientistas convidados do IILP provenientes de países de língua portuguesa.
Luís Faro Ramos sublinhou que este “estímulo” permitirá ao IILP reforçar as suas atividades e apelou aos restantes países da CPLP e aos observadores associados para que sigam o exemplo português e contribuam também com programas semelhantes para que a atividade do IILP “seja mais visível e tenha mais resultados”.
O diretor executivo do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, Incanha Intumbo, reconheceu que o IILP tem desenvolvido a sua missão a custo devido à “insuficiência financeira” e afirmou que os Estados-membros deviam esforçar-se para cumprir os seus compromissos a nível de contribuições (quotas), apesar de alguns terem “situações financeiras muito complicadas”.
O IILP quer realizar atividades nos países-membros, mas “isso tem custos em recursos humanos e materiais”, frisou Incanha Intumbo, acrescentando que, sem meios, não é possível realizar essas atividades.
Para Incanha Intumbo, este “apoio extraordinário”, que representa dois terços do orçamento do IILP, é “um marco” que vai “permitir levar o IILP às pessoas” e desenvolver mais programas no terreno.
O diretor executivo do IILP destacou a relevância da língua portuguesa, apontando estimativas que colocam o número de potenciais falantes de língua portuguesa entre 270 a 280 milhões, com impacto econômico na internacionalização das empresas e nas trocas comerciais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, mostrou disponibilidade para que Portugal dê continuidade a esta contribuição extraordinária, mas sem se comprometer.
“Como nos casamentos, o amor começa por ser extraordinário e depois vai crescendo e, seguramente, aqui vai acontecer o mesmo”, desde que se deem os “passos certos” e os montantes sejam “bem administrados” para poder crescer “solidamente”, afirmou o chefe da diplomacia portuguesa.
Santos Silva acrescentou que o objetivo é apoiar o IILP na sua missão principal de promover a língua, com um programa que valoriza “a dimensão da investigação aplicada e aplicável ao ensino do português enquanto língua não materna”.