Da Redação
Com Lusa
Portugal vai acolher o grupo de jovens marroquinos que desembarcou numa praia do Algarve, ao abrigo do quadro de proteção internacional aplicado em outros casos de estrangeiros resgatados no Mediterrâneo, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
“Ao abrigo do quadro de proteção internacional aplicado noutros casos de estrangeiros resgatados no Mediterrâneo, Portugal vai acolher os oito jovens que, esta quarta-feira, desembarcaram numa praia do Algarve, depois de estes terem requerido esta madrugada esse estatuto de proteção”, refere um comunicado do SEF.
De acordo com o organismo, o grupo, composto por jovens com idades entre os 16 e 26 anos, e de nacionalidade marroquina, pernoitou em Vila Real de Santo António e deve ser transferido para Lisboa, para o Centro Português para o Refugiado.
O SEF indica ainda que à semelhança de outros migrantes que chegaram a Portugal, “será assegurado e registado o seu pedido [estatuto de proteção], e ser-lhes-á providenciada documentação que comprova o período de análise, para que, durante esse tempo, lhes possa ser garantida assistência médica, educação, alojamento e meios de subsistência”.
Os jovens, todos rapazes, foram interceptados “escondidos nas dunas” da praia de Monte Gordo, depois de um alerta de populares, não “aparentando requerer cuidados especiais” e dizendo apenas que tinham fome, indicou na quarta-feira fonte da capitania da Polícia Marítima de Vila Real de Santo António.
De acordo com a fonte, os jovens alegam que provêm da cidade de El Jadida, em Marrocos, e que estiveram durante cinco dias no mar até desembarcarem naquela praia do distrito de Faro.
Na quarta-feira, o capitão do porto de Vila Real de Santo António, Rui Vasconcelos de Andrade, revelou que os jovens chegaram à costa portuguesa “numa embarcação de pesca de boca aberta, com seis a sete metros” e fugiram depois para a zona das dunas, onde foram localizados pelos elementos da Polícia Marítima.
“Aparentavam estar em estado normal, tranquilo, e sem necessitar de grandes cuidados, e foram transportados para o Comando local da Polícia Marítima de Vila Real de Santo António para identificação”, afirmou Vasconcelos de Andrade, sublinhando que foi “providenciada alimentação e vestuário, com apoio da Câmara” da cidade algarvia.
A mesma fonte disse ainda que, pelo que foi possível perceber, os jovens “alegadamente não se queriam dirigir a Portugal e queriam deslocar-se para a costa sul de Espanha”, podendo ter a embarcação sido desviada para oeste.
Em dezembro de 2007, as autoridades também detetaram um grupo de 19 imigrantes alegadamente provenientes de Marrocos na ria Formosa, junto a Olhão, naquele que foi o primeiro incidente do gênero registrado na costa portuguesa.