Portugal “unido” para enfrentar Marrocos, técnico destaca “exemplo” de CR7

Técnico Fernando Santos no Catar. Foto Agencia Lusa

Mundo Lusíada com Lusa

A seleção portuguesa de futebol realizou nesta sexta-feira, 9, o último treino antes do jogo das quartas de final do Mundial2022, frente a Marrocos.

Portugal treina em Al-Shahaniya, com os primeiros 15 minutos abertos aos jornalistas, com o central Ruben Dias às ordens de Fernando Santos, depois de na véspera ter limitado a trabalho específico no ginásio.

O técnico deverá contar, assim, com os 24 jogadores que tem à disposição no Qatar, num grupo que já não inclui Danilo Pereira e Nuno Mendes, que regressaram ao Paris Saint-Germain para continuar o tratamento de lesões.

Portugal e Marrocos se enfrentam nos quartos de final do Mundial2022, no sábado, a partir das 12h em Brasília (15:00 em Lisboa), no Estádio Al Thumama, em Doha, um dia após a eliminação do Brasil na Copa.

CR7
Antes do treino, Fernando Santos e João Félix falaram em conferência de imprensa, de antevisão à partida com os marroquinos, no Centro Nacional de Congressos do Qatar.

O jogador João Félix disse que não se sente obrigado a passar a bola a Cristiano Ronaldo quando ambos estão em campo, rejeitando a ideia de que Portugal jogue melhor sem o capitão das ‘quinas’.

O atacante dos espanhóis do Atlético de Madrid, de 23 anos, na conferência de imprensa, comentou a recente declaração do internacional luso José Fonte, que considerou que os lusos jogam em equipe quando Ronaldo não está presente.

“Não sinto essa obrigação de ter de passar a bola [ao Cristiano Ronaldo]. Procuramos sempre fazer o melhor em campo, passar quando é a melhor solução. Cada um tem a sua opinião, mas, da minha parte, não sinto isso, nem tenho essa interpretação como a do Fonte, mas respeito”, começou por dizer Félix.

“Jogamos sempre com a mesma tática, estando ele ou não estando. Ele tem caraterísticas que outros não têm e os outros têm caraterísticas que ele não tem. Jogamos de maneira diferente, mas a equipe acaba sempre por estar bem. Não é por ele estar ou não estar que a equipe vai estar melhor ou pior. Desde o primeiro jogo até agora jogamos sempre com a mesma tática. A identidade está sempre lá e é sempre a mesma”, justificou.

As conferências de imprensa da seleção portuguesa no Qatar têm sido marcadas pelas constantes perguntas sobre Ronaldo. Nesse sentido, Félix pediu mais união a todos, para que não se estrague o ambiente da seleção. “Estamos numa grande competição, já não estávamos nos quartos há muito tempo e devíamos estar mais unidos e não tentar estragar o ambiente de seleção”, terminou.

Já o técnico português, Fernando Santos, admitiu hoje que Cristiano Ronaldo ficou insatisfeito quando soube que seria reserva frente à Suíça, mas negou que o avançado tenha manifestado vontade de abandonar a concentração lusa no Mundial2022.

“Houve uma conversa, mal seria se não tivesse acontecido. Só dou a equipa no estádio, sempre fiz assim na minha carreira, mas essa conversa tinha de acontecer, era da mais elementar justiça, por se tratar do capitão de equipe, por ser quem é em termos de projeção, alguém que já deu muito ao futebol português. Pelo que representa para a equipe, eu tinha de ter essa conversa com ele”, começou por dizer, em conferência de imprensa.

Fernando Santos, que falava na antevisão à partida de sábado, continuou a explicação sobre o que se passou entre as partes, assegurando que “a única conversa” que teve com Ronaldo “foi no dia do jogo” com a Suíça, “após o almoço”.

“Não tive nenhuma conversa com o Ronaldo antes. A única que tive, a explicar as razões por que não iria jogar, foi no dia do jogo. Reuni com ele, tivemos uma conversa e disse-lhe que não contava com ele de início, mas contava com ele para o jogo, até por uma questão de estratégia. Como é óbvio, o Cristiano não ficou satisfeito. Sempre jogou a titular. Mas foi uma conversa perfeitamente normal, tranquila. Ele não aceitou a questão de forma simples, o que é normal”, revelou o técnico.

E prosseguiu, assegurando que o avançado luso nunca mostrou a intenção de deixar a seleção: “Nunca, em momento algum, me disse a mim ou a alguém que queria sair da seleção nacional”.

De resto, Fernando Santos disse ser natural que um jogador fique insatisfeito quando não é titular, salientando mesmo que, “no dia em que houver um jogador que não fique descontente por não jogar, não pode voltar à seleção”.

O selecionador português deixou ainda elogios à personalidade de Cristiano Ronaldo e à forma como o capitão tem sido “um exemplo”, inclusive no apoio aos colegas.

“Se há exemplo melhor é o que ele deu no jogo. Foi ele que deu o grito na cabine antes do jogo, saiu com os jogadores para fazer aquecimento, saltou nos gols todos, festejou. No fim, foi ele que chamou os colegas para irem agradecer ao público, mas a única coisa que notaram foi que ele saiu do relvado antes. Deixem o Ronaldo em paz, porque ele não merece, por tudo o que já deu”, concluiu sobre o assunto.

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