Portugal tem 161 surtos ativos de covid-19, maioria em Lisboa e Vale do Tejo

Uma vendedora desinfeta as mãos de uma cliente durante a reabertura da Feira de Carcavelos, Cascais, 21 de maio de 2020. MÁRIO CRUZ/LUSA

Da Redação
Com Lusa

Portugal tem 161 surtos de covid ativos, dos quais 107 na região de Lisboa e Vale do Tejo, tendo o risco de transmissibilidade (RT) subido na última semana para um, segundo a ministra da Saúde, Marta Temido.

“Estão 27 surtos ativos no norte, 10 no centro, 107 na região Lisboa e Vale do Tejo, um número compatível com o que é a incidência da doença, cinco no Alentejo e 12 no Algarve”, afirmou a ministra, durante a habitual conferência de imprensa de atualização de informações sobre a covid-19.

A situação epidemiológica do país, adiantou, “permanece marcada pela força do impacto dos números da região de Lisboa e Vale do Tejo, concretamente na zona norte da área metropolitana de Lisboa e em 19 freguesias”, onde se registram mais casos de infectados com o novo coronavírus.

Tendo por base a análise da taxa de incidência dos últimos 14 dias, Marta Temido considerou que “essa evolução mostra uma certa constância, com uma ligeira redução em alguns concelhos e freguesias ou pelo menos com alguma alteração nessa mesma incidência”.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, o risco de transmissibilidade (RT), o número médio de casos secundários resultantes de uma pessoa infetada, “subiu ligeiramente”, no período entre 03 e 07 de julho, situando-se em um.

O mais elevado RT concentra-se na região norte (1,12), seguida pela região centro (1,06), pela região de Lisboa e Vale do Tejo (0,98), Alentejo (0,95) e Algarve, cujo risco de contágio se situa em 0,81.

“Este valor nacional (um) indica, mais uma vez, que o número de novos casos a cada geração é aproximadamente constante o que mostra a necessidade de continuar a trabalhar”, frisou a ministra.

Marta Temido revelou ainda que os boletins epidemiológicos da Direção Geral da Saúde (DGS) sobre a covid-19 vão ser corrigidos com a inclusão de 207 notificações laboratoriais detetadas a 02 de julho.

Portugal registra mais duas mortes relacionadas com a covid-19, em relação a quinta-feira, e mais 402 casos de infeção, dos quais 342 na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com o boletim epidemiológico diário da DGS, o total de mortos desde o início da pandemia é agora de 1.646 e o total de casos confirmados é de 45.679.

Medidas

O primeiro-ministro defendeu nesta sexta-feira que está a resultar a metodologia de combate à covid-19 nas zonas da Área Metropolitana de Lisboa mais atingidas pela pandemia, mas considerou “prematuro” aligeirar as medidas de contenção da pandemia.

“Tal como já tinha observado em Sintra e na Amadora na quarta-feira, a metodologia [de combate à covide-19] colocada em prática está a provar bem, porque se conseguiu estabilizar em Loures o número de novos casos [de infeção] e há uma tendência decrescente de casos ativos, o que nos dá confiança em relação ao caminho seguido”, sustentou o líder do executivo.

No entanto, de acordo com António Costa, “mantém-se uma necessidade de seguir este caminho, procurando reforçar as equipas de forma a conservar um trabalho de proximidade”.

“A metodologia de integrar equipes multidisciplinares, com um trabalho de proximidade com as famílias e populações, tem sido muito positivo”, insistiu, após elogiar o papel dos autarcas nessa “articulação” de esforços.

Logo a seguir, porém, António Costa considerou “prematuro antecipar o estado de classificação que foi feito no início deste mês”, designadamente em relação às 19 freguesias mais atingidas na Área Metropolitana de Lisboa.

“Vamos continuar a trabalhar, mas estamos numa fase completamente distinta daquela que estávamos em março, quando o desafio era o de travar o crescimento exponencial. Depois, procurou-se reduzir a pandemia para uma situação de controlo. Ora, essa situação está hoje sob controlo em todo o território nacional”, advogou.

Porém, de acordo com o primeiro-ministro, “não se pode desvalorizar o fato de em alguns locais muito precisos haver uma taxa de incidência ainda bastante elevada”.

“Conseguiu-se aí estabilizar e reduzir o número de novos casos ativos, mas seria prematuro estar a aligeirar as medidas nestes territórios. Penso que isso é consensual entre todos, incluindo os presidentes de câmaras. Mas segunda-feira faremos uma avaliação global, porque estamos perante um processo dinâmico”, justificou.

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