Da Redação
Com Lusa
O Governo português decidiu suspender os voos para todas as regiões de Itália por 14 dias, a partir de quarta-feira, perante o desenvolvimento do Covid-19 e a decisão do executivo de Giuseppe Conte colocar o país em quarentena.
Num comunicado divulgado nesta terça-feira, o Governo esclareceu que, na segunda-feira, emitiu um despacho, assinado pelo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda, decidindo a suspensão a partir das 15h00 deste dia 10 “de todos os voos de todas as companhias aéreas, comerciais ou privados, com origem ou destino para as regiões de Itália afetadas pela epidemia, com destino ou partida dos aeroportos ou aeródromos portugueses” por 14 dias.
Em causa, estavam Emiglia Romagna, Piedmont, Lombardia e Veneto.
No entanto, perante a monitorização da epidemia e da decisão da Itália colocar todo o país de quarentena, foi decidido alargar esta medida, “com um novo despacho a estender esta suspensão a toda as regiões de Itália a partir das 00h00 de 11 de março e pelo mesmo período de 14 dias (24 de março)”.
Os diplomas em causa, não são aplicáveis a aeronaves do Estado, voos para transporte exclusivo de carga e correio e de caráter humanitário ou emergência médica, bem como a escalas técnicas para fins não comerciais.
Também a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) tinha informado que os voos entre Portugal e as regiões de Itália Emilia-Romanha, Piemonte, Lombardia e Veneto estão suspensos desde as 15:00, pelo período de 14 dias, até 23 de março.
De acordo com a informação da ANAC, que confirmava a decisão do Governo anunciada na segunda-feira, a suspensão dos voos está vigente até 23 de março, com o objetivo de “conter a propagação do Covid-19 em Portugal e reduzir o risco de importar focos ativos de transmissão por transporte aéreo, nomeadamente, a partir das zonas de Itália mais afetadas”.
Segundo o regulador da aviação, os passageiros com voos afetados por esta decisão devem contactar diretamente a companhia em que têm reserva, realçando que os visados “terão direito a reencaminhamento e assistência por parte da transportadora aérea ou, em alternativa, ao reembolso do valor do bilhete adquirido”.
Conforme a Lusa tinha noticiado, de acordo com a associação de defesa do consumidor Deco, a decisão do Governo português de suspender voos para Itália, anunciada na segunda-feira, tem de ser validada por um documento oficial.
Na segunda-feira, o Governo português anunciou a intenção de suspender os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas pela epidemia do Covid-19 em Itália, dos aeroportos italianos de Milão-Malpensa, Internacional II Caravaggio (Bérgamo) e Internacional Marco Polo, que serve a cidade de Veneza, uma medida que se aplica aos aeroportos de Francisco Sá Carneiro, no Porto, Humberto Delgado, em Lisboa, e Internacional de Faro.
Mortes na Itália
Os mortos pelo novo coronavírus em Itália são já 631, um aumento de 168 relativamente a segunda-feira, um recorde de fatalidades pelo vírus em 24 horas, segundo as autoridades.
As autoridades italianas registraram 8.514 casos positivos de vírus, tendo 1.004 sido já curadas, o que perfaz um total de 10.149 infectados, desde o início da crise em Itália, fazendo deste país o mais afetado pelo surto na Europa.
Todas as 168 mortes nas últimas 24 horas foram registradas na Lombardia, no norte, onde 468 pessoas já morreram vítimas do novo coronavírus.
A epidemia de Covid-19 foi detectada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.
Cerca de 114 mil pessoas foram infectadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.
A quarentena imposta pelo Governo italiano ao norte do País foi alargada a toda a Itália.