Portugal suspende voos para fora e de fora da UE a partir de quinta-feira

No caso concreto do Brasil, as rotas serão restritas a Rio de Janeiro e São Paulo, sendo suspensas todas as outras.

Da redação
Com Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou nesta terça-feira que Portugal irá suspender as ligações aéreas de fora e para fora da União Europeia a partir das 00:00 de quinta-feira por um período de 30 dias.

“A partir das 24:00 de amanhã estarão suspensos todos os voos internacionais para fora do espaço da União Europeia e de fora do espaço da União Europeia com destino a qualquer aeroporto nacional”, anunciou António Costa, em conferência de imprensa na secretaria de Estado dos Assuntos Europeus, em Lisboa, depois de um Conselho Europeu Extraordinário, que decorreu por videoconferência.

As exceções, acrescentou, serão os países extracomunitários onde há “forte presença de comunidades portuguesas”, como Canadá, Estados Unidos, Venezuela e África do Sul, e os países de língua oficial portuguesa.

No caso concreto do Brasil, as rotas serão restritas a Rio de Janeiro e São Paulo, sendo suspensas todas as outras.

“Quanto às fronteiras internas, foi reafirmado o princípio da liberdade de circulação dentro da União Europeia, salvo situações pontuais que têm vindo a existir e ficou acordado que não haveria medidas unilaterais”, disse, apontando o exemplo das restrições já acordadas bilateralmente entre Portugal e Espanha.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia acordaram a interdição de entradas “não essenciais” em território europeu por 30 dias, anunciou também o presidente do Conselho Europeu, no final de uma ‘cimeira’ por videoconferência.

“Para limitar a propagação do vírus, decidimos reforçar as nossa fronteiras externas aplicando uma restrição temporária coordenada de viagens não essenciais para a UE por um período de 30 dias, com base na abordagem proposta pela Comissão”, declarou Charles Michel.

Ainda a nível da gestão das fronteiras, mas a nível interno, o presidente do Conselho Europeu sublinhou a necessidade de “assegurar a passagem de medicamentos, alimentos e bens”, da mesma forma que há que garantir que os cidadãos europeus “devem poder regressar aos seus países” e que são encontradas “soluções para trabalhadores transfronteiriços”.

Charles Michel adiantou que os líderes da UE voltam a reunir-se por videoconferência na próxima semana, ficando sem efeito a cimeira presencial que estava agendada para 26 e 27 de março em Bruxelas.

“Depois de cerca de três horas de videoconferência, a mensagem que queremos transmitir é que estamos unidos para enfrentar uma crise que é grave e excecional pela sua natureza e amplitude […] Avançamos juntos, queremos progredir juntos e alcançar juntos o mesmo objetivo, que é fazer recuar esta ameaça, abrandar tanto quanto possível a propagação do vírus, razão pela qual todos os Estados-membros tomaram medidas muito fortes”, declarou Charles Michel.

O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infectou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.

Das pessoas infectadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

A ANA – Aeroportos de Portugal apelou aos passageiros com voos cancelados que usem o telefone e meios eletrônicos, e pede ainda aos passageiros com voos cancelados que “não se desloquem” ao aeroporto “a fim de serem evitadas aglomerações de pessoas no terminal”.

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