Da Redação com Lusa
Portugal registrou nesta terça-feira 17.172 novas infecções com o coronavírus SARS-CoV-2, o maior número de novos casos desde o início da pandemia, e mais 19 mortes associadas à covid-19, indicam números divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Até agora, o máximo de novos casos era de 16.432 casos, que foram registrados em 28 de janeiro.
O boletim epidemiológico diário da DGS registra também um novo aumento do número de pessoas internadas, contabilizando hoje 936 internamentos, mais 22 do que na segunda-feira, dos quais 152 em unidades de cuidados intensivos, mais dois nas últimas 24 horas.
Os casos ativos voltaram a aumentar nas últimas 24 horas, totalizando 114.541, mais 8.927 do que na segunda-feira, e recuperaram da doença 8.226 pessoas, o que aumenta o total nacional de recuperados para 1.169.841.
Comparativamente com a situação registrada em Portugal no mesmo dia há um ano, o país tem hoje mais 15.079 novos casos de infeção (contabilizaram-se 2.093 novos casos a 28 de dezembro de 2020) e mais 46.234 casos ativos (há um ano totalizavam 68.307).
O número de internamentos é significativamente inferior, uma vez que há um ano estavam internadas 2.967 pessoas, 503 das quais em cuidados intensivos, havendo também menos óbitos (no mesmo dia, o boletim da DGS contabilizava 58 mortes nas 24 horas anteriores).
Novos casos
Portugal deverá atingir 37 mil novos casos de infecção na primeira semana de janeiro, mais do dobro do máximo de 17.172 registados hoje, segundo a ministra da Saúde, Marta Temido.
“Como infelizmente antecipamos, estamos perante um crescimento muito intenso do número de casos e provavelmente manter-se-á este ritmo de crescimento nos próximos dias”, alertou a ministra.
“Se conseguirmos cumprir responsavelmente as medidas que temos em vigor a nossa expectativa é de que consigamos reduzir este ritmo de transmissão e ganhar tempo para mais vacinação, para mais proteção”, adiantou.
Marta Temido lembrou que o período de contenção, que foi antecipado uma semana, teve início no sábado e que “é preciso que o tempo aconteça” para se poder ver “alguns resultados”.
“No entretanto, é muito importante que cada um de nós cumpra rigorosamente o teletrabalho, as orientações de isolamento quando elas são aplicadas, o evitar de contatos desprotegidos e, caso seja elegível, a vacinação”, insistiu.
Questionada sobre se haverá um reforço de medidas até ao fim do ano perante a evolução da pandemia, Marta Temido disse que ainda passou “muito pouco tempo” sobre as medidas tomadas na passada terça-feira para que pudessem entrar em vigor em 26 e 27 de dezembro.
“Sabemos que este vírus precisa de algum tempo para que as medidas não farmacológicas, de contenção, como o evitar contatos, o cancelamento de algumas atividades, produzam o seu resultado e temos que ter a capacidade de nos adaptarmos a essa realidade e aguardarmos algum tempo para ver os efeitos daquilo que decidimos”, salientou.
No entretanto, acrescentou Marta Temido, houve um conjunto de aspetos “nos dias mais recentes que poderão ter suscitado mais contactos e até maior número de resultados de testes positivos”.
“As pessoas testaram-se muito, e bem, antes dos eventos do Natal, mas também estiveram mais expostas”, disse, reiterando que é preciso tempo para avaliar o efeito deste período.
Marta Temido adiantou que irá manter-se a avaliação que o INSA tinha referido de que deveriam ser feitas duas avaliações, uma no dia 29 de dezembro e uma no dia 4 de janeiro, dos modelos de previsão da evolução da variante Ómicron.
“Estamos a acompanhar também o peso da variante Ómicron no nosso país, sabemos que ela continua a crescer, já o estimávamos e temos, portanto, que resistir com aquelas medidas que tínhamos programado”, defendeu.