Da Redação
Com Lusa
Portugal propôs unir esforços com Brasil e Guiné Equatorial para promover a integração do português no ensino daquele país africano, cumprindo “a condição básica de pertença à comunidade da língua portuguesa” (CPLP), disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Em declarações à Lusa, o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, referiu que esta foi uma proposta que fez hoje ao seu homólogo da Guiné Equatorial, num encontro realizado em Lisboa a pedido das autoridades equato-guineenses, e que foi “bastante acolhida”.
A ideia é que Portugal, Brasil e Guiné Equatorial “juntem esforços para fazer aquilo que é condição básica da pertença à comunidade da língua portuguesa, que a língua seja ensinada e dominada pelos cidadãos” deste país africano, afirmou o governante português.
“Eu disse, com o acordo do meu colega, que declarações políticas já havia que chegassem e que agora era preciso fazer, e que da minha parte fazer significa instruir a embaixadora de Portugal na Guiné Equatorial para, em colaboração com as autoridades locais, desenhar um programa de apoio” à generalização do ensino do português no nível primário e secundário, envolvendo o Brasil, que “já está também a apoiar a Guiné Equatorial”, explicou Santos Silva.
O chefe da diplomacia relatou ao ministro das Relações Exteriores da Guiné Equatorial, Agapito Mba Mokuy, o exemplo da introdução do ensino da língua portuguesa na Namíbia, que disse ser “um sucesso absoluto” e que permitiu passar, em quatro anos, de dezenas para milhares de alunos a aprender o idioma no ensino oficial.
“Concluí que é um bom exemplo daquilo a que tenho chamado a triangulação na cooperação, ou seja cooperar na cooperação”, acrescentou.
Também a nível bilateral, Santos Silva mencionou que as relações económicas “podem crescer bastante, com benefícios para ambos os países” e disse que Lisboa e Malabo têm um acordo para a realização de uma comissão mista, mas falta ainda “comunicação das autoridades da Guiné Equatorial” para começar o trabalho.
Questionado se estão previstas visitas das autoridades portuguesas à Guiné Equatorial ou vice-versa, o ministro disse que não.
A Guiné Equatorial, o único país africano de língua espanhola, aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2014 e uma das condições era a promoção do uso do português, a par da abolição da pena de morte.