Portugal precisa de “um eixo atlântico para desenvolver a economia do mar”

O ministro da Economia e Mar, António Costa Silva, participa nos Encontros do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID), sob o lema “Investimento da Diáspora, um investimento com marca”, em Fátima, Ourém, 16 de dezembro de 2022. PAULO CUNHA/LUSA

Da redação

Portugal precisa de um eixo atlântico para desenvolver a economia do mar, afirmou o Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, na terceira sessão dos Diálogos de Sustentabilidade «A Economia Azul», organizado pela Global Media Group e a Fundação Inatel, dia 06 em Setúbal.

“Vou dar só uma ideia dos projetos que em 2022 conseguimos atrair: conseguimos 47 novos projetos internacionais – cerca de 2,4 mil milhões de euros quando forem contratualizados – 19% dos quais vieram dos Estados Unidos, 15% vieram da Suíça e 15% do Reino Unido”, disse lamentando a fraca participação dos países da União Europeia apesar do investimento da Alemanha, que foi de cerca de 13%.

O Ministro disse que “Portugal, enquanto está dentro da União Europeia e se bate pelas suas políticas, não pode esquecer o eixo Atlântico e a ligação profunda com o Reino Unido e com os Estados Unidos, até para desenvolver a própria economia do mar”, acrescentando que «isso é fazível e vai acontecer com maior ou menor dificuldade».

António Costa Silva afirmou que “se, daqui a dois anos, puder chegar aqui e dizer que o nosso grande centro de bioeconomia azul em Matosinhos está a funcionar, que já teve receitas – não ainda os quatro mil milhões de euros que pode ter potencial para atingir, ou até mais, mas 500 ou 1000 milhões de euros –, seria extraordinário”.

“Se daqui a dois anos puder chegar aqui e dizer que o grande projeto eólico offshore já tem duas instalações, que estão em processo de desenvolver a sua produção e tem mais outras em desenvolvimento, seria extraordinário”, disse ainda.

“Se daqui a dois anos puder dizer que alguns investimentos que estão previstos para o grande polígono de Sines, que são de cerca de 20 mil milhões de euros, já estão executados, e, sobretudo, que a parte do hidrogênio verde, da amónia, do metanol e da constituição de um polo de shipping em Sines, será decisivo”, acrescentou.

Indústrias

A par da concretização destes investimentos, o Ministro quer também que haja desenvolvimentos significativos na modernização e digitalização de muitas empresas do “quadrilátero” Braga, Guimarães, Famalicão, e Barcelos, onde está concentrada grande parte da produção industrial, e que essas empresas continuem a ser competitivas, apesar do aumento de preço das matérias-primas.

António Costa Silva referiu ainda as agendas mobilizadoras do PRR para desenvolver outros setores importantes da economia. “Temos um grande centro de competências ferroviárias e há agendas mobilizadoras para voltarmos a produzir material circulante e até exportar”.

E também para o desenvolvimento da indústria aeroespacial em Ponte de Sor, para a produção de aeronaves de pequena e média dimensão, nos próximos dois anos.

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