Da Redação
Com Lusa
O primeiro-ministro defendeu em 27 de março, perante empresários japoneses, que as privatizações oferecem “oportunidades de investimento”, nomeadamente nos transportes, enalteceu a “resiliência” e a “previsibilidade” do país, que considerou poder tornar-se “uma das nações mais competitivas do mundo”.
“Creio que há excelentes razões para as empresas japonesas continuarem a investir em Portugal. O atual processo de privatizações em Portugal oferece uma série de oportunidades de investimento que as empresas japonesas poderão considerar, nomeadamente na área dos transportes”, afirmou Pedro Passos Coelho.
Em Tóquio perante dezenas de empresários japoneses, associados da Keidanren, uma associação empresarial nipônica, o chefe de Governo quis assegurar “que Portugal, como mostrou nos últimos anos, tem uma resiliência política e social muito grande e que esse é um fator distintivo” quando se compara “a economia portuguesa com outras economias, mesmo no espaço europeu”.
“A minha convicção é de que saberemos manter nos anos mais próximos essa grande resiliência, com uma grande previsibilidade política, econômica e social”, afirmou Passos Coelho, na sede da entidade que engloba 1281 empresas japonesas, 129 associações industriais e 47 organizações econômicas regionais.
O governante português acentuou que “tudo isto, associado aos grandes esforços de reforma econômica” que o país tem concretizado, “apontará para que Portugal possa ser realmente uma das nações mais competitivas do mundo, com grande dinamismo, grande abertura à inovação e com grande potencial de crescimento econômico”, sublinhou.
Na sua intervenção num café da manhã com os empresários japoneses, Passos Coelho afirmou que “em 2014 foi já possível começar a ver os positivos resultados das reformas” levadas a cabo pelo Governo. O chefe do executivo sublinhou que essas reformas “exigiram do povo português elevados sacrifícios”, que, reiterou, “os portugueses suportaram sem pôr em causa a paz social”.
Quando falou das oportunidades de investimento, o primeiro-ministro português referiu-se também ao setor agroalimentar e ao das pescas, nos quais já existem “importantes investimentos japoneses”, que podem ser ampliados, nomeadamente na região do Alqueva, uma “área de produção frutícola muito boa e que tem hoje condições de irrigação incomparáveis”.
A chamada “economia azul” foi outro dos setores apontados por Passos Coelho, referindo que “a desejada extensão dos limites da plataforma continental abrirá perspectivas de investimento, por exemplo, nos recursos de fundo marinho, nomeadamente na exploração de minério”.
A exploração de concessões portuárias, designadamente de terminais de contentores, foi outra das oportunidades de potencial interesse mencionadas.
A sustentar as suas afirmações, o primeiro-ministro apresentou uma série de dados econômicos, como o decréscimo dos juros da dívida, a amortização antecipada ao Fundo Monetário Internacional ou o aumento das exportações, assinalando os níveis de desemprego como excessivamente altos.
No evento estiveram presentes representantes de mais de 20 empresas, entre as quais a Mitsubishi, Toshiba, Murabeni, Sako, BNP Paribas Japan, Nomura, Toyota ou Sumitomo Life Insurance.
De seguida, o primeiro-ministro encontrou-se com responsáveis da congênere japonesa da agência portuguesa para o investimento AICEP, a JETRO, na sede da qual interveio na abertura do seminário sobre ‘crescimento verde’, com o tema “smart cities, smart solutions”.
Nessa intervenção, Passos Coelho considerou que “a área da mobilidade elétrica é incontornável” para os dois países, sublinhando o “forte investimento do Governo japonês” no setor e os “importantes avanços realizados ao nível da inovação, da indústria de produção destes veículos e dos desenvolvimentos já atingidos, nomeadamente no segmento das baterias”.
Ainda, o Banco de Portugal reviu em alta as previsões de crescimento da economia portuguesa, antecipando que o PIB cresça 1,7% este ano e 1,9% em 2016. O Governo previu um crescimento de 1,5% para 2015, na proposta de Orçamento do Estado para este ano, e de 1,7% para 2016, no Documento de Estratégia Orçamental. As previsões “confirmam que a retoma é mais robusta do que há alguns meses se achava” declarou Passos Coelho concluindo que “para já, o Governo mantém as previsões apresentadas”.
“Isto é importante, porque não teremos um crescimento sustentável sem investimento, não é apenas por as pessoas consumirem mais e poder haver uma expansão do nosso consumo interno que o nosso PIB e que a nossa economia se podem desenvolver mais, a economia só se pode desenvolver na medida em que haja mais rendimento, portanto, mais investimento e mais postos de trabalho”.