Mundo Lusíada
Com Lusa
O governo português quer perceber melhor os novos perfis de emigração portuguesa, com a assinatura de protocolos para investigação e posterior divulgação com várias instituições de ensino superior, num total que ronda os 30 mil euros.
A informação foi veiculada pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, que presidiu à assinatura de um protocolo entre a Faculdade de Letras da Universidade do Porto e a Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas, para o arranque dos estudos sobre os novos perfis de emigração.
Em fevereiro, foi anunciado que as funções do Observatório da Emigração, criado em 2008 pelo Governo e pelo ISCTE, passariam para a direção-geral em parceria com várias universidades.
José Cesário disse que os custos com o Observatório “ultrapassaram os 300 mil euros em três anos” e que a partir de agora será possível “reunir informação muito mais diversificada” e “envolver muito mais gente”.
O custo total dos atuais protocolos “andará na ordem dos 30 mil euros”, 14 mil dos quais destinados aos estudos agora a serem desenvolvidos pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
A finalidade destes novos protocolos é a de aumentar a produção de conteúdos sobre os fluxos migratórios portugueses, numa altura em que “a sociedade portuguesa voltou a estar muito mais sensível para este fenômeno”.
“Houve um certo desinteresse da sociedade portuguesa pela emigração dos seus [e] esse desinteresse verificou-se não apenas no cidadão comum, mas nas instituições que desejavelmente deveriam ter mantido esse mesmo interesse, porque nunca deixamos de ser um povo de emigrantes”, sublinhou o secretário de Estado.
José Cesário referiu ainda ser necessário produzir conteúdos sobre o fenômeno “de grande complexidade” que é a emigração, para assim se conseguirem dar “respostas políticas”.
“Por exemplo, o percurso dos nossos jovens licenciados. Nós sabemos de uma forma relativamente empírica que eles se metem nos aviões da Ryanair e vão algures para a Suíça ou para a Alemanha, mas não sabemos exatamente como é o percurso deles, dos engenheiros, dos professores, dos arquitetos”, exemplificou.
Os resultados obtidos, e posteriormente publicados e divulgados, poderão assim dar novas pistas sobre o “tipo e apoio consular” que é necessário, bem como “o tipo de acompanhamento social” ou jurídico ou “políticas de língua e cultura”.