Da Redação
Com Lusa
O concelho de Viana do Castelo vai ter, a partir de 15 de junho, a segunda praia do país para permanência e circulação de cães, declarou à agência Lusa o capitão do porto de Viana do Castelo.
“É um projeto que está para ser concretizado desde o ano passado. Nesta altura, estamos em condições para anunciar que no dia 15 de junho vai ser inaugurada uma praia para cães, na praia do Coral”, afirmou o capitão do porto e comandante da Polícia Marítima (PM) de Viana do Castelo, Raul Risso.
O responsável revelou que o projeto de criação de uma praia para uso balnear canino resultou de “uma parceria entre a Câmara Municipal, uma associação local de defesa dos animais, a Vila Animal e a autoridade portuária que é a entidade administrante”.
O espaço escolhido foi a praia do Coral, nome que lhe foi atribuído após o acidente com um navio chinês Coral Bulker, que encalhou naquele local em 2000.
Raul Risso explicou que, no dia da inauguração da praia de cães, serão distribuídos folhetos informativos, designados “Quatro Patas”, com todas as regras de segurança que se exigem para este tipo locais”.
“Como todos nós sabemos, durante a época balnear, nos espaços concessionados, não se podem ter os cães. Agora sim vamos ter um espaço dedicado aos cães e a quem gosta deles”.
A primeira praia do país para permanência e circulação de cães foi inaugurada em Peniche, em agosto de 2016.
O espaço escolhido foi a praia do Porto da Areia Norte, uma área com cerca de 80 metros de extensão, na marginal que leva ao Cabo Carvoeiro, e onde a autarquia investiu “cerca de 2.500 euros em dispensadores de sacos (para recolha de dejetos), na colocação de sinalética e na afixação de editais com as regras de funcionamento”, disse, na ocasião, à Lusa o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia.
Entre as normas contam-se a obrigatoriedade de os cães estarem registados, usarem trela e, no caso de raças consideradas perigosas, usarem açaime.
A praia (numa área que não era concessionada e assim vai continuar) tem inauguração marcada para as 19:15 e neste primeiro verão funcionará como “experiência-piloto, numa perspetiva de que terá que haver uma utilização conscienciosa por parte dos donos dos animais”, nomeadamente “ao nível da segurança dos banhistas e da higiene da praia”.
O espaço não tem vigilância para banhistas e conta com o apoio da Capitania do Porto de Peniche para garantir o respeito pelas normas.
Na altura, a criação da praia para cães foi contestada pelo movimento ambientalista Arméria, que em comunicado considerou aquele uso lesivo para o patrimônio ambiental da praia, localizada na zona da Papôa e em cujas proximidades disse existirem “relevantes vestígios históricos e arqueológicos”.