“Portugal está longe de ser um país em que tudo seja turismo”

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno intervém na VII Cimeira do Turismo Português, organizada pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), sob o tema \"Turismo é Valor\", no dia Mundial do Turismo, Palácio Nacional de Mafra, 27 de setembro de 2024. MIGUEL A. LOPES/LUSA

Da Redação com Lusa

 

O governador do Banco de Portugal (BdP) considerou hoje que Portugal “está longe de ser um país em que tudo seja turismo” e alertou que a remuneração média no setor está cada vez mais próxima do salário mínimo nacional.

Mário Centeno falava na 7.ª Cimeira do Turismo Português, que decorre no Palácio Nacional de Mafra, para assinalar o dia Mundial do Turismo.

O governador do BdP apontou que, nos últimos anos, tem-se observado sinais de quebra de quota de mercado do setor do turismo em Portugal, que foi fortemente afetado pela pandemia de covid-19 e que, apesar da recuperação, não voltou ao ritmo de crescimento que registava antes da pandemia.

Mário Centeno destacou também a evolução que se tem verificado na remuneração média no setor, que está a ficar cada vez mais próximo do salário mínimo nacional.

O líder do BdP apontou que, em 2015, o salário mínimo nacional representava 72% das remunerações pagas no setor do turismo e hoje representa 80%.

Relativamente ao emprego, o governador do BdP assinalou o crescimento de 65% no setor, entre 2020 e 2024.

“Obviamente, olhamos para setor do turismo e vemos um dinamismo que é muito assinalável”, realçou.

O responsável do banco central pediu, no entanto, cautela, afirmando que a parte mais difícil da luta contra a inflação foi vencida com sucesso por todos, mas com perda de salário real na Europa muito significativa que tem de ser recuperada nos próximos tempos, mantendo um ciclo econômico estável.

Mário Centeno considerou que a desaceleração da inflação sem recessão tem apenas uma razão de ser na Europa: “o extraordinário comportamento do mercado de trabalho”.

Ainda a este respeito, o governador considerou que “as migrações fazem hoje parte do nosso dia a dia e não podemos nunca dissociar o sucesso econômico de que hoje a Europa beneficia destes fenômenos migratórios”.

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