Portugal e ONU reforçam necessidade de multilateralismo face a grandes desafios

Da Redação com Lusa

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, recebeu hoje em Lisboa a subsecretária-geral da ONU, Amina Mohammed, com quem abordou a necessidade de reforçar o multilateralismo como forma de estar à altura de “desafios muito significativos”.

“Foi possível tocar num conjunto de questões que são fundamentais para Portugal na sua relação com as Nações Unidas e com a comunidade internacional como um todo”, disse João Gomes Cravinho no final do encontro, acrescentando: “Enfrentamos desafios muito significativos e temos de estar à altura”.

O chefe da diplomacia portuguesa elogiou o papel de António Guterres na liderança das Nações Unidas e elencou como desafios a busca da paz em regiões de conflito, financiamento para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as alterações climáticas.

“Os desafios em relação às alterações climáticas e ao financiamento da agenda internacional sobre as alterações climáticas nos próximos meses são muito intensos e depende de todos nós sermos capazes de estar à altura desses desafios para nos unirmos e respondermos ao nível do necessário, que é uma responsabilidade e pesada que temos de assumir”, declarou.

Amina Mohammed expressou por sua vez a sua estima por Portugal e o papel do país na resposta aos desafios globais, como os oceanos.

“A nossa relação com a comunidade internacional, nomeadamente nas Nações Unidas, valoriza a liderança de Portugal desde a manutenção da paz até à Cimeira dos Oceanos que aqui teve lugar e que recoloca a economia dos oceanos na agenda”, afirmou,

A diplomata nigeriana apontou que os desafios são “muito sérios” e desafia a responsabilidade do reforço do multilateralismo, citando as consequências socioeconômicas da pandemia de covid-19, a segurança alimentar, e os problemas energéticos colocados desde o início da guerra na Ucrânia.

“As finanças e os meios de execução estão no pensamento da maioria das pessoas e vemos o aumento do apoio financeiro a países em desenvolvimento a partir de Portugal, mesmo quando se luta dentro da Europa contra a exigência de recursos, como uma intenção louvável do multilateralismo”, comentou.

Amina Mohammed abordou também a propriedade industrial, no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que visam reduzir desigualdades.

“A tecnologia e a inovação estarão no meio disto e, portanto, queremos ver que medidas são precisas para proteger os direitos e torná-los mais iguais no mundo”, observou, deixando ainda o alerta que “uma nova agenda para a paz é fundamental” e sem a qual o desenvolvimento não será possível.

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