Comitiva do Ministério do Esporte do Brasil esteve em Lisboa com o secretário de Estado do Desporto de Portugal. A experiência da Eurocopa de 2004 foi um dos temas.
Da Redação
Com agencias
O secretário executivo do Ministério do Esporte do Brasil, Luís Fernandes, e o secretário de Estado do Desporto e Juventude (SEDJ) de Portugal, Alexandre Mestre, se encontraram em 21 de fevereiro, em Lisboa, para trocarem informações sobre a organização portuguesa da Eurocopa 2004 e sobre possibilidades de cooperação entre os dois países em eventos futuros.
De acordo com as informações do Ministério do Esporte do Brasil, Luís Fernandes e Alexandre Mestre traçaram uma agenda comum, que pretende concretizar, por meio do esporte, ações de promoção do Ano do Brasil em Portugal e de Portugal no Brasil. Outro tema discutido foi a preparação dos países para a Conferência de Ministros da Juventude e do Esporte.
A reunião contou com a participação do presidente do Instituto do Desporto de Portugal (IDP), Augusto Baganha, do presidente da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), Luís Horta, do diretor de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Marco Aurélio Klein, e de vários assessores.
Alexandre Mestre elogiou a iniciativa do Ministério do Esporte brasileiro em buscar informações práticas de eventos como a Eurocopa. Para ele, a organização de uma grande competição é uma oportunidade única para desenvolver o país. “Precisamos pensar no legado que esses eventos trazem para o desporto e para a sociedade”, afirmou.
O governante português também descreveu mudanças que o país teve de enfrentar para sediar a Euro 2004. “Destacamos alguns pontos, como a necessidade de alteração na legislação de Portugal. Essas informações podem ser úteis ao Brasil”, disse.
Porém, a realização da Eurocopa em Portugal levou o país a realizar dezenas de milhões de euros de despesa pública que ainda hoje é amplamente criticada. A maior parte das infra-estruturas construídas para a competição, com capacidades em torno de 30 mil lugares, são hoje raramente utilizadas.
Apenas os estádios de maior dimensão, explorados pelos maiores clubes lusos (Porto, Sporting e Benfica), como o do Dragão (Porto, cerca de 50 mil lugares), Alvalade XXI (Lisboa, outros 50 mil lugares) e Luz (Lisboa, 65 mil lugares) têm conseguido ocupações mais elevadas.
Sobre as ações para o Ano do Brasil em Portugal, o secretário de Estado do Desporto de Portugal salientou que várias “iniciativas foram levantadas e pensadas para promover esse ano especial.”
De acordo com o secretário executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, a reunião, realizada na sede da secretaria de Desporto, enriqueceu os conhecimentos adquiridos na viagem a Lisboa.
“Procuramos aprender com Portugal as lições que eles tiveram na Eurocopa para pensar num legado mais duradouro para todo o entorno das cidasdes-sede que abrigarão a Copa do Mundo”, afirmou. Fernandes destacou a agenda comum estabelecida pelos dois governos. Para ele, além da troca de dados, um importante canal de relacionamento foi construído no encontro.
Antidopagem
Luis Fernandes, visitou a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), com a missão de levar ao Brasil um modelo para a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD).
Segundo Luis Fernandes, a visita à ADoP é muito importante para acumular conhecimento para o modelo que será instalado no Brasil. “É um experiência prática importante para as decisões que queremos tomar na ABCD”, explicou. Para o secretário, o contato com questões concretas é fundamental para a estruturação da Autoridade Brasileira. “Adotamos a ADoP como exemplo. Pudemos ver questões práticas e colhemos os ensinamentos em Portugal para aplicar no Brasil”, completou.
A história de Portugal contra o doping é antiga. Em 1970, o país publicou o primeiro decreto onde a temática da dopagem foi abordada. Em 1977, é criada a Comissão para Regulamentação do Controle Antidopagem e, em 1979, é publicada a primeira legislação sobre o assunto, regulamentada no início de 1980.
Portugal participou da elaboração do Código Mundial Antidopagem e das Normas Internacionais da Wada. Em 2009 o país criou um novo regime jurídico para a luta contra a dopagem – a Lei n.º 27/2009 -, adaptado aos princípios internacionais. Com esse novo regime surge a ADoP, com funções no controle e na luta contra a prática.