Portugal deve começar o desconfinamento antes da Páscoa

Uma mulher usa máscara de proteção em Lisboa, 06 Março 2020. Foto MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Da Redação
Com Lusa

Depois de um período de alta de casos e mortes por covid-19, e confinamento geral no país, o número de mortes em Portugal chega ao mais baixo desde 25 de outubro nesta quarta-feira, dia em que foram registrados 19 óbitos.

O ministro português da Economia admitiu neste dia 10 que algumas áreas podem começar a desconfinar antes da Páscoa, mas disse que o Governo ainda não sabe quais, porque quer decidir de forma segura e informada, com base nas auscultações que tem feito.

“Os especialistas disseram que há condições para se fazer alguma coisa antes da Páscoa. O quê e a que ritmo, é que é uma decisão que ainda não foi tomada”, disse Pedro Siza Vieira em conferência de imprensa, após uma reunião extraordinária de concertação social.

Sem avançar com datas, nem especificar os setores que abrirão primeiro, o ministro Adjunto e da Economia afirmou que o processo de desconfinamento será “gradual e progressivo”, dependendo da evolução geográfica da pandemia da covid-19.

O ministro assegurou que o Governo vai ter em conta, na elaboração do plano de desconfinamento, as recomendações epidemiológicas, econômicas e sociais que tem recebido nas auscultações que fez aos especialistas, partidos políticos e hoje aos parceiros sociais.

“Estamos a ouvir o mais possível para recolher opiniões, para tomar uma decisão, que, em última análise, será política”, afirmou.

Segundo o ministro, este “é um exercício difícil” e acrescentou que “a grande dificuldade tem a ver com o facto de que não há regras e certezas absolutas para agir”.

A reunião desta quarta-feira da Comissão Permanente de Concertação Social teve como objetivo ouvir a posição sobre o desconfinamento que deverá ser anunciado pelo Governo na quinta-feira.

O ministro da Economia disse aos jornalistas que os parceiros sociais manifestaram o desejo de que o processo de desconfinamento seja iniciado o mais rápido possível, mas sem avanços e recuos.

No encontro foram ainda discutidas medidas de apoio à economia e Siza Vieira disse que o Governo vai reforçar e alargar os apoios que estão atualmente em vigor, para os trabalhadores e para as empresas.

Números

Portugal registrou hoje 22 mortes relacionadas com a covid-19 e 642 novos casos de infecção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O boletim da DGS revela que estão internados 1.201 doentes (menos 77 do que na terça-feira), o valor mais baixo desde 19 de outubro, dia em que estavam hospitalizadas 1.174 pessoas.

Nos cuidados intensivos Portugal tem hoje 283 doentes (menos 29 em relação a terça-feira), o valor mais baixo desde 30 de outubro, dia em que estavam 275 pessoas nestas unidades.

Os dados indicam ainda que 3.961 pessoas foram dadas como recuperadas, fazendo subir para 738.179 o número total de recuperados desde o início da pandemia em Portugal, em março de 2020.

Os casos ativos em Portugal continuam a registar uma diminuição, com 57.152 contabilizados hoje, menos 3.341 desde terça-feira.

Desde março de 2020, Portugal já registrou 16.617 mortes associadas à covid-19 e 811.948 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2.

As autoridades de saúde têm em vigilância 21.175 contatos, menos 921 relativamente ao dia anterior, mantendo-se a tendência decrescente desde o dia 30 de janeiro.

De acordo com os últimos dados da Direção-Geral da Saúde, Portugal tem atualmente 1.055.085 pessoas vacinadas contra a covid-19: 757.663 com a primeira dose e 297.422 com a segunda dose.

Das 22 mortes registadas nas últimas 24 horas, sete ocorreram em Lisboa e Vale do Tejo, cinco na região Centro, cinco na região Norte, duas no Alentejo, duas no Algarve e uma na região Autónoma da Madeira.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo foram notificadas mais 291 novas infeções, contabilizando-se até agora 307.517 casos e 6.988 mortes.

A região Norte tem hoje 136 novas infecções por SARS-CoV-2 e desde o início da pandemia já contabilizou 327.917 casos de infeção e 5.268 mortes.

Na região Centro registaram-se mais 121 casos, acumulando-se 115.832 infeções e 2.962 mortos.

No Alentejo foram assinalados mais 13 casos, totalizando 28.675 infeções e 961 mortos desde o início da pandemia em Portugal.

A região do Algarve tem hoje notificados 13 novos casos, somando 20.267 infeções e 346 mortos.

Na região Autónoma da Madeira foram registrados 69 novos casos, contabilizando 7.935 infecções e 64 mortes devido à covid-19 desde março de 2020.

Relativamente à região Autónoma dos Açores a Direção-Geral da Saúde explica que o relatório de hoje reflete uma descida do número total de casos da RA dos Açores, por força da necessidade de transferência de um caso para a respetiva região de ocorrência, tendo sido notificado zero casos.

Os Açores contabilizam 3.805 casos desde o início da pandemia e 28 mortos.

Os casos confirmados distribuem-se por todas as faixas etárias, situando-se entre os 20 e os 59 anos o registo de maior número de infeções.

O novo coronavírus já infectou em Portugal, pelo menos, 367.471 homens e 444.194 mulheres, referem os dados da DGS, segundo os quais há 283 casos de sexo desconhecido, que se encontram sob investigação, uma vez que estes dados não são fornecidos de forma automática.

Do total de vítimas mortais, 8.714 eram homens e 7.903 mulheres.

O maior número de óbitos continua a concentrar-se nos idosos com mais de 80 anos, seguidos da faixa etária entre os 70 e os 79 anos.

Do total de mortes, 10.981 eram pessoas com mais de 80 anos, 3.515 com idades entre os 70 e os 79 anos e 1.470 tinham entre os 60 e os 69 anos.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.611.162 mortos no mundo, resultantes de mais de 117,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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