Da redação
Tóquio 2020 entra na história da Equipa Portugal como a edição dos Jogos Olímpicos do recorde de medalhas ganhas – quatro – e nos quais apareceu o quinto campeão olímpico: Pedro Pablo Pichardo.
Se em Los Angeles 1984 Carlos Lopes (Atletismo, maratona) se tornou o primeiro medalha de ouro em Jogos Olímpicos e António Leitão (Atletismo, 5000m) e Rosa Mota (Atletismo, maratona) ganharam medalhas de bronze; se em Atenas 2004 também foram conquistadas três medalhas, duas de prata por Francis Obikwelu (Atletismo, 100m) e Sérgio Paulinho (Ciclismo, prova de estrada), e uma de bronze por Rui Silva (Atletismo, 1500m); em Tóquio 2020 houve uma medalha de ouro, de Pichardo (Atletismo, triplo salto), uma de prata, de Patrícia Mamona (Atletismo, triplo salto), e duas de bronze, de Jorge Fonseca (Judo, -100 kg) e Fernando Pimenta ( Canoagem, K1 1000).
A participação da Equipa Portugal em Tóquio elevou para 28 o número de medalhas conquistadas pela Equipa Portugal, desde que em Paris 1924 a equipa Equestre de obstáculos conquistou no Prémio das Nações o bronze, por Aníbal Borges d’Almeida, Hélder de Souza Martins, Luís Cardoso Meneses e José Mouzinho d’Albuquerque.
Tóquio 2020 é também um marco no que diz respeito ao número de diplomas ganhos pela Equipa Portugal, incluindo as posições de pódio, num total de 15. Nunca tinha acontecido e o máximo anterior fora fixado em Atenas 2004, com 13. Para além dos medalhados, ficaram em classificações até ao 8.º lugar Auriol Dongmo (Atletismo, lançamento do peso), Liliana Cá (Atletismo, lançamento do disco), João Vieira (Atletismo, 50 km marcha), Emanuel Silva-João Ribeiro-Messias Baptista-David Varela (Canoagem, K4 500), Teresa Portela (Canoagem, K1 500), Maria Martins (Ciclismo, omnium), a Equipa Equestre de Dressage (Maria Caetano-Rodrigo Torres-João Torrão), Catarina Costa (Judo, -48 kg), Gustavo Ribeiro (Skateboarding, street), Yolanda Hopkins (Surf, shortboard) e Jorge Lima-José Costa (Vela, 49er).
Também as classificações até ao 16.º lugar subiram para 35, o que nunca tinha acontecido. E mais um recorde foi batido, o de pontos, a partir de agora correspondente a 57.
Em Tóquio 2020, os atletas da Equipa Portugal bateram três recordes nacionais, cinco recordes pessoais, fixaram 17 melhores marcas em Jogos Olímpicos e conseguiram 27 melhores classificações de sempre.
CICLISMO. Para o último dia estava guardado o derradeiro diploma, conquistado por Maria Martins, na prova de Omnium, em Ciclismo de pista.
A ciclista da Equipa Portugal somou um total de 95 pontos, no conjunto das corridas que compõem o Omnium – scratch, tempo, eliminação e pontos.
Na corrida de Scratch – 30 voltas à pista, num total de 7,5 km -, marcada por muitas quedas, Maria Martins conseguiu acabar sem danos, no 6.º lugar, somando 30 pontos.
Seguiu-se a corrida de Tempo – mais 30 voltas, com 26 sprints pontuáveis a um ponto cada -, e a ciclista da Equipa Portugal termino no 8.º lugar. Baixou para o 7.º lugar da geral, após duas provas.
A corrida de Eliminação rendeu a Maria Martins um 5.º lugar e mais 32 pontos, o que lhe permitiu retomar o 6.º lugar da classificação geral.
A finalizar, a corrida por Pontos, com 80 voltas (o equivalente a 20 km) e oito sprints pontuáveis. Aqui a ciclista da Equipa Portugal somou três pontos no primeiro sprint. No quinto foram mais dois. E no sétimo outros dois.
A medalha de ouro foi para a norte-americana Jennifer Valente, com 124 pontos; a prata foi de Yumi Kajihara (110 pontos) e o bronze de Kirsten Wild, dos Países Baixos, com 108 pontos.
Maria Martins comentou a sua estreia olímpica com grande emoção: “Esta iria ser sempre uma prova muito aberta, muito disputada, e a prova disso é que as diferenças são de dois pontos, um ponto. Isto são os Jogos Olímpicos e toda a gente está no seu melhor. Estar aqui para mim e ser uma das melhores é um orgulho, do fundo do coração. Sou olímpica, para mim sempre foi um sonho. Sinto-me tão bem. Este é um resultado muito positivo.”
Acompanhar o trajeto da Equipa Portugal em Tóquio 2020 motivou Maria Martins para a sua competição. “Os outros atletas deram-me muita força. A vantagem de ser a última é que fui vendo os outros e a pouco e pouco fui-me inspirando, fui ganhando garra e força interior. Fazer o fecho desta forma é inacreditável.”