Portugal confirma preparação para retirada de portugueses da China

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Mundo Lusíada
Com agencias

O Governo de Portugal confirmou que está preparando o regresso dos portugueses que vivem em Wuhan, cidade que é o epicentro da epidemia de coronavírus na China. Em Wuhan, vivem 20 portugueses, sendo que 15 deles devem voltar a Portugal já nesta sexta-feira.

“O Governo português, no quadro dos mecanismos de cooperação e solidariedade europeias, confirma que está em curso o processo preparatório da repatriação, para breve, dos nacionais residentes em Wuhan que manifestaram vontade de regressar ao nosso país” divulgou o governo em nota.

“Esta operação envolve os serviços consulares, de proteção civil e de saúde do Estado português, em consonância com os protocolos internacionais definidos, e será executada em coordenação com as autoridades chinesas e com o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia” declarou.

Já fonte da Comissão Europeia confirmou que dezessete cidadãos portugueses na China, quase todos de Wuhan, já pediram para deixar o país devido ao surto.

“Ao todo, 17 portugueses já manifestaram vontade de sair da China, de acordo com as autoridades portuguesas”, indicou fonte da Comissão Europeia à Lusa, após um ponto de situação feito esta tarde pelo executivo comunitário com representantes dos Estados-membros sobre o surto.

A mesma fonte adiantou que “a maioria destes portugueses que pediram para sair deverão estar em Wuhan”, já que existem aeroportos a funcionar noutras cidades chinesas.

Apesar de se desconhecer, para já, quando e como é que estes cidadãos serão repatriados, o Governo português já manifestou intenção, no início da semana, de retirar por via aérea os portugueses retidos em Wuhan.

Questionada na terça-feira pela Lusa, fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros explicou que estavam a decorrer, em Bruxelas e em Pequim, “os preparativos para uma operação de evacuação coordenada entre vários países europeus”.

Segundo a mesma fonte, em Lisboa, as autoridades dos Negócios Estrangeiros, Saúde e Proteção Civil “estão coordenadas para assegurar a participação nacional” na operação europeia “para garantirem o acolhimento dos cidadãos repatriados segundo as normas internacionais de saúde pública aplicáveis nestes casos”.

O Governo português estudou inicialmente uma retirada via terrestre para Xangai, no leste da China, de onde os portugueses voariam para Portugal, mas a passagem por terra necessitaria das autorizações das províncias que separam Hubei de Xangai, o que levaria mais tempo e exigiria que os cidadãos portugueses fossem colocados sob quarentena num desses territórios antes de saírem da China.

Em conferência de imprensa em Bruxelas nesta quarta-feira, o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarčič, indicou que, “até ao momento, um total de quase 600 cidadãos da UE manifestaram o seu desejo em sair da China” em ações de repatriamento.

Sem precisar quantos cidadãos de cada país estão em causa, Janez Lenarčič disse apenas que se trata de cidadãos da Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Finlândia, França, Itália, Letônia, Países Baixos, Polônia, Portugal, Romênia e Reino Unido.

Na terça-feira, foi anunciado que a UE vai enviar dois aviões, até sexta-feira, à região chinesa de Wuhan que vão repatriar, devido ao coronavírus, 250 franceses e outros 100 cidadãos europeus que o solicitem, independentemente da nacionalidade.

Em causa está a ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil após um pedido de França.

Situada no centro da China, a cidade de Wuhan foi colocada na semana passada sob uma quarentena, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante período indefinido.

A interdição foi depois estendida e toda a região de Wuhan encontra-se em regime de quarentena, situação que afeta 56 milhões de pessoas.

A China elevou para 132 mortos e mais de 5.900 infectados o balanço de vítimas do novo coronavírus detectado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

A comissária europeia da Saúde disse que a maioria dos Estados-membros da União Europeia (UE) está “muito bem preparada” para lidar com o novo vírus, mas admitiu “financiamento de emergência” para os países darem resposta se necessário.

“A maioria dos Estados-membros está muito bem preparada para enfrentar o caso na Europa”, declarou Stella Kyriakidou, falando num debate sobre este vírus na mini sessão plenária do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Recordando que, “até ao momento, existem quatro casos confirmados em França, quatro na Alemanha e esta tarde soube-se ainda de um caso na Finlândia”, a comissária europeia garantiu estar em “contato permanente” com estes e outros países da UE para “garantir que as medidas necessárias de contenção são adotadas”.

De acordo com Stella Kyriakidou, quase todos os Estados-membros têm manifestado “capacidade de lidar com casos suspeitos”, realizando desde logo triagens nos pontos de entrada nos países e dando conselhos aos seus cidadãos sobre viagens para a China.

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